Estudo mostra que biologia sintética pode atrasar envelhecimento humano: veja
Cientistas da Universidade da Califórnia em San Diego apostaram na biologia sintética para “atrasar” o envelhecimento das células – e, assim, talvez possibilitar uma vida mais longa aos seres vivos.
A biologia sintética despontou em 2000 e usa engenharia, IA (inteligência artificial) e genética para “redesenhar” as células de organismos vivos em busca de um código biológico novo e possivelmente aprimorado.
No estudo publicado na sexta-feira (28), os pesquisadores mostram como descobriram uma forma de desenvolver um “processo de envelhecimento inteligente” que estende a longevidade celular.
Isso acontece ao alternar uma célula de um mecanismo de envelhecimento para outro, uma vez que esses organismos não envelhecem exatamente da mesma maneira.
De modo geral, cerca de metade das células envelhecem a partir de um declínio gradual na estabilidade do DNA, onde fica a informação genética. A outra metade fica mais velha ao longo de um caminho ligado ao declínio das mitocôndrias, unidade de produção de energia celular.
A pesquisa se voltou para o acionamento genético de um “circuito” que controla o envelhecimento celular – parecido com um interruptor. Esse circuito projeta um ciclo de feedbacks capaz de interromper o processo de envelhecimento.
Quando “reconectado”, o circuito chamado de “oscilador de gene” opera como um relógio, que leva a célula a alternar entre dois estados “envelhecidos” prejudiciais. Isso evita que a célula fique muito tempo em qualquer um desses pólos, o que retarda a degeneração.
Novo recorde de vida estendida
A equipe de cientistas desenvolveu o circuito através de células da levedura Saccharomyces cerevisiae, usada na produção de pão e cerveja, como modelo para o envelhecimento das células humanas.
O grupo desenvolveu e empregou uma microscopia de lapso de tempo para rastrear o processo de envelhecimento ao longo da vida útil da célula.
As células de levedura que foram envelhecidas sob o oscilador tiveram 82% de vida útil a mais do que as que não passaram pelo processo. Este é o novo recorde para a extensão da vida através de intervenções genéticas e químicas.
“Nossas células osciladoras vivem mais do que qualquer uma das cepas de vida mais longa previamente identificadas por telas genéticas imparciais”, disse Nan Hao, um dos autores da pesquisa.
Agora, a equipe expande a pesquisa sobre biologia sintética para o envelhecimento de diversos tipos de células humanas, incluindo células-tronco e neurônios.