Estudo reforça teoria de que elementos necessários para a vida vieram do espaço

Cientistas identificaram moléculas orgânicas que constituem os blocos de formação do RNA em uma nuvem no centro na Via Láctea. Entenda
Vida espaço
Imagem: Felix Mittermeier/PxHere/Reprodução

A origem dos primeiros seres vivos na Terra é uma questão científica antiga. Elementos essenciais para o surgimento de vida sempre existiram no planeta ou vieram do espaço

Um estudo feito por uma equipe internacional de astrônomos pode ajudar a responder essa questão. Durante análises, os pesquisadores encontraram no centro da Via Láctea uma ampla gama de nitrilas – moléculas orgânicas que podem ser tóxicas quando isoladas, mas que também constituem os blocos de formação do RNA.

As nitrilas foram identificadas dentro da nuvem molecular G+0,693-0,027. Nuvens como essa constituem regiões densas e frias da Via Láctea, sendo adequadas para a formação de moléculas complexas.

“O conteúdo químico de G+0,693-0,027 é semelhante ao de outras regiões de formação de estrelas em nossa galáxia, e também ao de objetos do Sistema Solar, como cometas. Isso significa que seu estudo pode nos dar informações importantes sobre os ingredientes químicos que estavam disponíveis na nebulosa que deu origem ao nosso sistema planetário”, explicou Victor M. Rivilla, autor do estudo, em comunicado.

Entre 4,1 e 3,8 bilhões de anos atrás, a Terra sofreu um intenso bombardeio de meteoritos e cometas. Na teoria, nitrilas e outros blocos de construção para a vida pegaram carona nestes objetos do espaço, permitindo o surgimento dos primeiros organismos no planeta. DNA e enzimas proteicas teriam evoluído mais tarde.

Moléculas do tipo já foram encontradas em meteoros, cometas e asteroides que circulam pelo Sistema Solar, o que reforça a hipótese. O achado das moléculas, no entanto, ainda não conclui a história. De acordo com os cientistas, ainda é preciso encontrar em nossa galáxia outras moléculas-chave para a vida, como os lipídios, responsáveis ​​pela formação das primeiras células. 

As observações foram feitas a partir do telescópio IRAM 30m e do radiotelescópio Yebes 40m, localizados na Espanha. O estudo completo está disponível na revista científica Frontiers in Astronomy and Space Sciences.

Carolina Fioratti

Carolina Fioratti

Repórter responsável pela cobertura de saúde e ciência, com passagem pela Revista Superinteressante. Entusiasta de temas e pautas sociais, está sempre pronta para novas discussões.

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