Novos estudos apontam que não há evidências de que o 5G prejudica a saúde humana

Dois estudos australianos não encontraram evidências de que 5G e outras formas de radiofrequência comuns prejudicam seres humanos.
Cartazes de anúncios de serviço público implantados no ano passado em Melborne, Austrália. Foto: William West/AFP (Getty Images)
Cartazes de anúncios de serviço público implantados no ano passado em Melbourne, Austrália. Foto: William West/AFP (Getty Images)

De acordo com duas novas análises de pesquisas publicadas recentemente por cientistas na Austrália, as preocupações com os danos potenciais da tecnologia 5G são exageradas. Ambas as pesquisas não encontraram evidências claras de que o tipo de energia de radiofrequência usada pelas redes móveis representa algum perigo para a saúde humana.

O padrão de tecnologia 5G é a próxima geração de comunicação sem fio. Ele permite velocidades mais rápidas e latência menor do que a tecnologia 4G, também conhecida como LTE. Ela está começando a chegar no celulares, mas ainda levará anos até que o seu potencial para transformar indústrias, como a de carros autônomos, se torne realidade.

Esse atraso não impediu que algumas pessoas supusessem que o 5G apenas aceleraria os danos supostamente causados pelo uso existente da tecnologia sem fio. A evidência de quaisquer riscos à saúde de nossos telefones celulares hoje não é particularmente forte, mas ainda é algo em que os cientistas estão de olho. Houve muitos estudos em laboratório e em animais, tentando descobrir como os níveis variáveis de energia de radiofrequência poderiam afetar o corpo, incluindo o tipo de energia que seria emitida por redes 5G.

Os dois artigos são trabalhos de pesquisadores da Agência Australiana de Proteção à Radiação e Segurança Nuclear (Arpansa) e da Swinburne University of Technology, na Austrália. Ambos foram publicados nesta semana no Journal of Exposure Science and Environmental Epidemiology e são considerados como as primeiras análises a abordar especificamente no 5G.

Além de observar experimentos com animais e de laboratório, também foram revisados estudos epidemiológicos de radares, que usam o mesmo tipo de radiofrequência (campos de energia de baixo nível acima de 6 GHz até 300 GHz) que será usada pelo 5G. Suas conclusões, baseadas na revisão de dados de mais de 100 estudos, devem ser tranquilizadoras.

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“Em conclusão, os estudos não forneceram evidências comprovadas de que as ondas de rádio de baixo nível, como aquelas usadas pela rede 5G, são perigosas para a saúde humana”, disse Ken Karipidis, diretor assistente de avaliação e aconselhamento da Arpansa, em um comunicado divulgado pela agência.

A segunda revisão, que se concentrou na energia de radiofrequência especificamente na banda de onda milimétrica (mmW) que o 5G usará, também não encontrou nenhuma ligação entre os baixos níveis de exposição mmW e os efeitos na saúde. De acordo com os pesquisadores, ambas as descobertas apenas complementam as evidências de que os aparelhos de hoje e do futuro continuarão a emitir níveis de radiofrequência bem abaixo dos limites de segurança estabelecidos pela Comissão Internacional para Proteção contra Radiação Não Ionizante (ICNIRP), que foram adotados no mundo todo.

Alguns estudos encontraram efeitos biológicos plausíveis desse tipo de exposição à radiofrequência. Contudo, é importante saber que esses estudos geralmente não foram replicados por outros experimentos semelhantes. No geral, a maioria dos estudos que eles revisaram foram considerados de baixa qualidade, como Karipidis e sua equipe concluíram.

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Dito isso, essas análises não serão a palavra final sobre a verificação da segurança do 5G e da radiação de telefones celulares em geral. E os pesquisadores esperam que seu trabalho ajude a fortalecer as pesquisas atuais que estão examinando o assunto. “Recomendamos que futuros estudos experimentais melhorem seus projetos, com particular atenção à dosimetria e controle de temperatura, e que futuros estudos epidemiológicos continuem a monitorar os efeitos de longo prazo na saúde da população relacionados às telecomunicações sem fio”, disse Karipidis.

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