“Eu vejo Jeffrey Dahmer nos meus sonhos”, diz filha de vítima após ver série da Netflix

O pai de Tatiana Banks, Errol Lindsey, foi um dos homens que Jeffrey Dahmer tentou transformar em "zumbi" usando ácido clorídrico
Dahmer: Um Canibal Americano
Imagem: Divulgação/Netflix

O sucesso de “Dahmer: Um Canibal Americano” está tirando o sono dos familiares das vítimas do assassino. A produção da Netflix mostra como o serial killer Jeffrey Dahmer matou 17 jovens de forma brutal entre 1978 e 1991. Agora foi a vez de Tatiana Banks, de 31 anos, filha de um dos jovens mortos pelo criminoso.

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Ela é filha de Errol Lindsey, morto aos 19 anos. O rapaz foi a 11ª vítima de Dahmer e foi um dos homens que Dahmer tentou transformar em “zumbis” usando ácido clorídrico. Tatiana nasceu seis meses após a morte do pai, e declarou que não consegue mais dormir após assistir a um episódio de “Dahmer: Um Canibal Americano”.

Em entrevista ao Insider, ela disse que, assim como aconteceu com sua tia, Rita Isbell, a produção não entrou em contato com a família: “Eu sinto que eles deviam ter entrado em contato, porque há pessoas ainda em luto por causa daquela situação. Aquele capítulo da minha vida estava fechado, e eles basicamente reabriram”.

Tatiana assistiu a apenas um episódio da série, o que mostra sua tia dando um depoimento emotivo no tribunal. Segundo a jovem, a cena “partiu seu coração”. “Eu queria estar lá para aliviar a dor dela”, lamentou.

Isbell disse anteriormente ao Insider que assistir à cena trouxe de volta todas as emoções que ela experimentou na época. “Seu cabelo era como o meu, ela usava as mesmas roupas”, disse Isbell sobre a atriz que a interpreta. “É por isso que parecia reviver tudo de novo.”

https://twitter.com/CarolDaRonch/status/1572629081979777024?s=20&t=JvmwD1HIwuyCnMw5Na-6dw

Mesmo tendo visto apenas uma parte da série, Tatiana tem tido problemas para dormir. “Honestamente, desde que a série estreou, eu não consigo dormir. Eu vejo Jeffrey Dahmer nos meus sonhos”, afirmou a jovem.

Ao Insider, Tatiana disse que soube o que aconteceu com seu pai em pedaços ao longo do tempo, por meio de familiares e da mídia. Crescendo em Milwaukee, era difícil evitar histórias sobre Dahmer. Tatiana contou ainda que, quando tinha 4 ou 5 anos, soube que o pai foi assassinado. Por volta dos 12 anos, passou a buscar mais informações sobre o caso: “Quando eu era jovem, me diziam que ele foi morto por um serial killer de Milwaukee.”

Tatiana disse que ainda tem muitas perguntas sobre o que aconteceu com seu pai, incluindo algumas que podem nunca ser respondidas. Mas de uma coisa, Tatiana tem certeza: “Ele não merecia isso. Eu não mereço isso. Nenhuma das vítimas merece”.

Vale lembrar que Tatiana não é a primeira familiar de uma vítima de Dahmer a criticar a produção da Netflix. Eric Perry, primo de Errol, repudiou a série nas redes sociais: “Eu não estou dizendo a ninguém o que assistir, eu sei que a mídia de true crime é enorme, mas se você está realmente curioso sobre as vítimas, minha família (os Isbell) está chateada com essa série”, escreveu ele. “Recriar minha prima tendo um colapso emocional no tribunal diante do homem que torturou e assassinou seu irmão é selvagem”.

Shirley Hughes, a mãe do deficiente auditivo Tony Hughes morto pelo serial killer aos 31 anos, disse que a série não contava a história correta sobre a morte de seu filho: “Não entendo como eles podem fazer isso. Não entendo como podem usar nossos nomes e fazer coisas desse tipo”, disse ela ao The Guardian. Shirley, no entanto, não chegou a dar sua versão sobre a morte do filho.

Além disso, com o sucesso da série “Dahmer: Um Canibal Americano” e a aproximação do Halloween nos Estados Unidos, no dia 31, fantasias imitando o visual do serial killer Jeffrey Dahmer estão super populares. No entanto, isso tem potencializado diversos traumas nos familiares das vítimas.

“Dahmer: Um Canibal Americano”

Dividida em dez episódios, a produção da Netflix “Dahmer: Um Canibal Americano” explora a maneira como o personagem conseguiu escapar das sentenças de prisão da época, das mortes que ele cometia e da atuação falha da polícia de Wisconsin, nos Estados Unidos. Segundo a sinopse oficial:

“Entre 1978 e 1991, Jeffrey Dahmer tirou a vida de dezessete vítimas inocentes de forma brutal. “Dahmer: Um Canibal Americano” é uma série que expõe esses crimes inescrupulosos e como o desprezo por grupos minoritários, o racismo estrutural e as falhas institucionais permitiram que um dos mais infames assassinos em série da história dos Estados Unidos continuasse agindo às claras por mais de uma década”.

Apenas 12 dias após a estreia, a série também entrou na lista de mais populares, em nono lugar, com 496,05 milhões de horas de exibição. Com isso, a Netflix concluiu que em menos de duas semanas, 56 milhões de residências já assistiram à minissérie. No último levantamento da empresa, “Dahmer: Um Canibal Americano” teve mais 122,78 milhões de horas de visualizações, acumulando um total de 824,15 milhões de horas de visualizações na lista dos mais populares. Relembre o trailer:

https://www.youtube.com/watch?v=getE-JuEOUE&t=87s

Rayane Moura

Rayane Moura

Rayane Moura, 26 anos, jornalista que escreve sobre cultura e temas relacionados. Fã da Marvel, já passou pela KondZilla, além de ter textos publicados em vários veículos, como Folha de São Paulo, UOL, Revista AzMina, Ponte Jornalismo, entre outros. Gosta também de falar sobre questões sociais, e dar voz para aqueles que não tem

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