EUA terão armas inteligentes que só disparam ao identificar atirador com sensores

Pistola tem sensor de reconhecimento facial e leitor de impressão digital para verificar a identidade do atirador antes de destravar; já está em fase de pré-venda
Imagem: Biofire/Divulgação

Em breve, vão circular nos Estados Unidos armas inteligentes, que só disparam com reconhecimento facial e biometria. As novas pistolas foram desenvolvidas pela Biofire Tech e contam com sensores que usam inteligência artificial para confirmar a identidade do atirador e verificar se é uma pessoa autorizada.

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Trata-se do primeiro modelo de pistola inteligente que vingou. Só pode ser disparado por seus donos ou por pessoas cadastradas por eles. O dispositivo deve chegar aos EUA oficialmente em 2024 e já está em fase de pré-venda.

A solução tem o objetivo de reduzir disparos acidentais e o roubos de armas, além de garantir mais segurança para quem tem crianças em casa, por exemplo. No Brasil, foram provocadas 229 mortes em 2021 por armas de fogo, sendo que 2.598 pessoas foram hospitalizadas por conta de disparos. Os dados são do Ministério da Saúde e do Instituto Sou da Paz.

Anteriormente, empresas como a Colt e a Armatix lançaram armas que só seriam destravadas se o atirador estivesse usando uma pulseira ou um relógio correspondente. Mas os projetos não avançaram. As informações são da Reuters e do G1.

Como funciona a arma inteligente

A arma inteligente (ou smart gun) da Biofire foi criada por Kai Kloepfer, empreendedor norte-americano de 26 anos. A pistola 9mm tem o cano com o dobro do tamanho de uma arma comum, e é alimentada por pentes de 10 ou 15 cartuchos.

Uma arma é considerada inteligente quando tem mecanismos para impedir que os disparos sejam feitos por pessoas não autorizadas. No caso da Biofire, essa verificação é feita por meio de um leitor de impressão digital, que fica no cabo do revólver, e um sensor infravermelho de reconhecimento facial, que fica na parte de trás do dispositivo.

Assim, as armas do primeiro lote já esgotaram e foram vendidas por US$ 1.899 (cerca de R$ 9.200). A partir do segundo lote, cada uma custa US$ 1.499 (R$ 7.300).

Será que é a solução?

A Biofire estima que sua arma inteligente poderia evitar cerca de dois terços das mortes por armas atribuídas ao suicídio nos EUA a cada ano, mas estudos sugerem que não será tão eficaz nesse sentido.

Uma pesquisa da Engineering & Technology (E&T), do Reino Unido, estima que somente cerca de 6.109 mortes anuais por armas provavelmente seriam evitadas. A empresa se baseou em dados do Centro de Controle de Doenças dos EUA e em outros estudos.

Também há dúvidas sobre o funcionamento da arma da Biofire e seus recursos de segurança. O modelo já apresentou falhas em uma demonstração à imprensa, no mês de abril. Ou seja, um protótipo falhou duas vezes ao ser demonstrado para a agência Reuters.

O site da Biofire diz que os sensores podem identificar a pessoa mesmo se ela estiver usando luvas ou máscara, mas não detalha como isso acontece. Ainda de acordo com a fabricante, a arma é bloqueada automaticamente quando deixa as mãos de uma pessoa autorizada.

O atirador pode autorizar outras pessoas a usar a arma ao conectá-la ao Smart Dock, dispositivo por meio do qual biometria é cadastrada. Por fim, a Biofire afirma que os dados ficam armazenados na arma e não podem ser acessados por ninguém.

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