Nesta quinta-feira (18), a Europa confirmou que sua próxima grande missão espacial vai buscar por planetas similares à Terra.
Em 2007, a ESA (Agência Espacial Europeia) propôs a criação da sonda Plato (Trânsito Planetário e Oscilação de Estrelas) para buscar por exoplanetas. Agora, a agência confirmou que pretende lançar a sonda em 2026.
A missão viajará ao espaço a bordo do mais novo foguete da Europa, o Ariane-6, que realizou seu primeiro voo na semana passada. O desenvolvimento do Ariane-6 custou mais de R$ 24 bilhões.
David Brown, da Royal Astronomical Society do Reino Unido, atualizou os detalhes da missão. “O objetivo da sonda PLATO é procurar por exoplanetas próximos de estrelas similares ao Sol e em períodos orbitais longos o suficiente para estarem na zona de planetas habitáveis”, disse.
De acordo com o astrônomo, a Europa quer buscar um “par equivalente” à combinação da Terra e do Sol. Contudo, Brown ressalta que ESA também desenvolveu a sonda para realizar análises precisas dos exoplanetas que encontrar.
“PLATO não é só um caçador de exoplanetas, mas, sim, uma missão científica para analisar estrelas”. A Europa elaborou uma estratégia de observação para encontrar “outra Terra” focando em duas regiões do espaço a cada dois anos. A região sul já foi escolhida, enquanto a parte norte será confirmada nos próximos anos.
Propósito científico
Além de buscar planetas, a Europa vai utilizar a sonda para estudar estrelas através de várias técnicas, incluindo a astrossismologia, que mede a vibração e oscilação de estrelas, para obter informações sobre massa, raio e idade.
Portanto, diferente de muitos telescópios espaciais, PLATO possui várias câmeras. Há 24 câmeras “normais” e duas câmeras “rápidas”, distribuídas em quatro grupo de seis, com cada grupo apontando para a mesma direção, mas ligeiramente afastados uns dos outros.
Segundo Brown, essa configuração oferece um enorme campo de visão, aprimorando o desempenho científico. Além disso, ao fornecer material redundante em caso de falhas, a configuração ajuda a identificar sinais falso-positivos que podem ser confundido com trânsitos de exoplanetas.
Vários componentes da sonda já estão no final do processo de fabricação e calibragem, como as câmeras e os equipamentos para digitalização das imagens.