Evento hacker tem competição para invadir satélite dos EUA no espaço

Disputa é promovida pelo Exército americano e terá prêmio em dinheiro
Satélite Moonlighter
Imagem: Aerospace/Divulgação

O Exército dos EUA está organizando uma competição entre hackers cujo objetivo é invadir um satélite que está na órbita da Terra. O evento Hack-A-Sat 4 acontece de 10 a 13 de agosto em Las Vegas durante a Defcon, um dos maiores encontros de hackers do mundo.

Serão cinco equipes dos EUA, Austrália, Itália, Polônia e Alemanha. Em abril, elas disputaram uma fase qualificatória com mais de 780 grupos do mundo todo, segundo uma reportagem da Newsweek.

Esses grupos são conhecidos como hackers de chapéu branco, apelido dado aos “hackers éticos”. Ao contrário dos crackers, esse tipo de hacker tenta encontrar falhas de segurança em sistemas para corrigi-las e torná-las menos vulneráveis a ataques.

Esse é justamente o objetivo do Laboratório de Pesquisas da Força Aérea dos EUA, que patrocina o evento hacker. Com cada vez mais serviços, que vão de telecomunicações à inteligência militar, dependendo do uso de satélites, invasões desse tipo podem colocar em risco a segurança de um país.

Em 2022, o KA-SAT da empresa Viasat teria sofrido um ataque hacker russo com objetivo de cortar o acesso à internet na Ucrânia, em meio à guerra entre os dois países. Contudo, isso acabou afetando toda a Europa.

O satélite da competição será o Moonlighter, que no começo de junho foi ao espaço a bordo de um foguete da SpaceX. Com o tamanho de uma torradeira, o Moonlighter tem energia solar e foi projetado justamente para ser invadido.

Ele não possui propulsores e não pode sair de sua órbita para não correr o risco de colidir com outros objetos. Como medida de segurança, o Moonlighter pode ser reiniciado remotamente.

Ambiente inóspito

Essa é a primeira vez que o Hack-A-Sat fará uma competição utilizando um satélite no espaço. Em eventos anteriores, que acontecem desde 2020, o alvo da invasão ficava na Terra. Com o satélite flutuando a dezenas de quilômetros da superfície, em um ambiente completamente inóspito, os desafios são maiores.

Em abril, o grupo francês Thales conseguiu invadir o satélite OPS-SAT como parte de um desafio proposto pela ESA (Agência Espacial Europeia). Porém, foram necessários três meses para fazer a invasão.

Isso porque só era possível se comunicar com o satélite quando ele passava sobre eles, o que dava uma janela de dez minutos por dia. Em outras palavras, eles tinham que esperar 24 horas para saber se o código que eles programaram funcionou.

Além de invadir um satélite em órbita, os vencedores da competição ainda ganharão um prêmio em dinheiro de US$ 50 mil (cerca de de R$ 242 mil no câmbio atual).

Igor Nishikiori

Igor Nishikiori

Formado em Jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero. Já passou pelas redações da Editora JBC, São Paulo Shimbun, Folha de S. Paulo e Portal R7. Prefere o lado alternativo das coisas, de música a futebol.

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