[COLUNA] F1 2015 – acertos e erros na nova geração
por Thiago Simões
Depois de muito aguardo e expectativa dos fãs, chegou ao mercado F1 2015, que traduz para o mundo virtual a categoria mais famosa da velocidade.
Com todas as notícias que cercaram este jogo desde o lançamento, ele prometia ser bem marcante – mas se você partir deste referencial, será iludido.
Agora, não existe mais o modo carreira, onde você poderia começar disputando em um carro menos poderoso e ir evoluindo ao longo do tempo. Também foi cortado o modo tela dividida e a possibilidade de disputar uma temporada com outro jogador, um dos modos que eu realmente gostava. F1 2015 traz um modo chamado Season Pro, no qual você pode optar por três formas de distância de corrida e ainda optar por 5 dificuldades de inteligência artificial.
Física, A.I. e setup
Mesmo com o volante, a sensibilidade na hora de controlar o carro é extrema, mas é facilmente resolvida quando você o configura da maneira correta. Para quem não sabe como alterar, fica a dica: altere os padrões referentes à zona morta e a linearidade do volante para que tudo possa ser configurado.
A sensação de velocidade é excelente, se apoiando bastante na facilidade do jogo em rodar a 60 FPS. Algo que eu notei de positivo frente à versão anterior foi a resposta do volante em diversas circunstâncias – antes, isso fazia com que você perdesse o controle do veículo e, principalmente, a correção quando se sai de traseira.
Mesmo no mais alto grau de dificuldade, a inteligência artificial continua pouco inteligente. Em diversas oportunidades, meu carro foi arrebentado na traseira por um piloto pouco esperto que, em vez de desviar, preferiu passar por cima de mim.
Para os que gostam de uma simulação, este é outro ponto a ser destacado: cada vez mais, a Codemasters evolui na área de prestar serviço a esta categoria de jogador – tanto na física, como descrito acima, quanto nas possibilidades de configuração do carro.
Gráficos
No início deste texto, eu disse que a expectativa criada ao longo dos meses pode sair pela culatra. Quem esperava uma evolução grande neste quesito não notará tantas diferenças no que se refere ao bruto do jogo. Porém, é possível reparar em algumas novidades frente aos jogos anteriores.
Uma delas são os reflexos nos carros e na pista, mais bonitos e realçados pelos gráficos de nova geração. Também é possível notar as mudanças no asfalto, como a presença de borracha na hora da freada, antes da curva e, principalmente, a diferença de tonalidades de um circuito a outro. Ainda é possível presenciar as ondas de calor que saem dos motores dos veículos.
Abu Dhabi é um caso à parte. É possível perceber com muito mais facilidade a transição do dia pela noite no meio da prova, e a entrada da luz artificial em cena.
Para terminar neste quesito, podemos dizer que a empresa acrescentou modelos mais realistas dos pilotos, deixando-os muito próximos da realidade.
Bugs e mais bugs
Quando o título foi lançado, uma enxurrada de críticas o atingiram, principalmente, na versão de PC. Bugs e mais bugs corroeram tudo o que a empresa havia construído no último ano. Eu joguei as versões de PS4 e PC, nos últimos 15 dias, e presenciei alguns erros.
Quando estava no Q3, em volta lançada no treino de classificação do GP da China, o tempo do primeiro colocado sumiu e eu não tive uma referência, tive que determinar o tempo no escuro. A comunicação de rádio com o box não funcionava; e em praticamente todas as corridas, por mais que você tenha cuidado com os freios, os pneus estouram frequentemente.
Erros mais graves relatados por muitos usuários no fórum oficial, aparentemente, foram corrigidos. Entre eles, o fechamento da janela de jogo na versão PC; a largada sempre perfeita da inteligência artificial; carros invisíveis; e o não aparecimento do safety car.
Mas não podemos tapar o sol com a peneira: esta não é uma exclusividade de F1 2015. Frequentemente, os games são lançados com erros inaceitáveis. Esperamos que todas as críticas comecem a dar resultado.
Online
Estava curioso para saber como estava esse modo de jogo, até devido à inserção de mais pilotos em uma corrida. O jogador pode optar por diversas categorias, com dificuldades diferentes, porém, configurações pré-determinadas. É possível interagir totalmente com as configurações da prova no modo corrida personalizada.
É bem complicado achar adversários nas corridas mais fáceis. O sistema encontra automaticamente um grupo para jogar, o que deixa o sistema sem muita interatividade e com pouca intuição do que está ocorrendo ao certo.
Durante as corridas, não detectei problemas como lags e delays nos comandos, mesmo jogando com, teoricamente, pessoas de outros países.
Com esta evolução, o game chegou muito mais para dizer que agora está presente no Xbox One e no PS4 do que para marcar história. A verdade é que, com apenas um ano de produção, ficou praticamente impossível perceber uma evolução muito grande frente às séries anteriores. Esperamos que a Codemasters leve isto em consideração e pense em uma alternativa para agradar mais os fãs. Um lançamento a cada dois anos, quem sabe?
Thiago Simões é comentarista de futebol e hóquei no gelo na ESPN, e toda semana ele falará de games em sua coluna para o Gizmodo Brasil. Siga o Thiago no Twitter.