O WhatsApp e Instagram, duas das maiores aquisições da história do Facebook, poderão em breve estar no centro de uma ação antitruste encabeçada por procuradores gerais e movida contra a empresa de Mark Zuckerberg. A acusação deve ser formalizada no começo de dezembro, quando a rede social for acusada formalmente de práticas anticompetitivas.
De acordo com uma reportagem do Washington Post, que consultou fontes familiarizadas com o assunto, a ação é liderada pela procuradora-geral de Nova York, Letitia James. No documento, os investigadores estaduais e federais alegam que os acordos de compra do WhatsApp e Instagram “ajudaram a criar um rolo compressor anticompetitivo de rede social”, suprimindo a concorrência e aumentando o monopólio da companhia no mercado de mídias sociais.
Mais de 40 procuradores-gerais se juntaram ao movimento, que teve início em setembro e tem como foco o domínio do Facebook e sua possível conduta que impede uma competitividade saudável contra outras plataformas. Contudo, nenhuma ação governamental foi finalizada até o momento, o que deve acontecer no início do mês que vem.
O texto do Washington Post diz o seguinte:
Com o serviço de mensagens de texto WhatsApp, em particular, o Facebook prometeu aos usuários que preservaria a independência do aplicativo e manteria proteções fortes de privacidade quando fosse comprado em 2014. Fez o mesmo compromisso com os reguladores, que deram sinal verde para o negócio. Mas o Facebook reverteu esse caminho anos depois e procurou integrar os dados de seus usuários com outros serviços – um movimento polêmico que levantou novas preocupações devido aos percalços de privacidade anteriores da gigante de tecnologia.
Ou seja, na opinião das autoridades, tanto o Instagram quanto WhatsApp mudaram seus respectivos conceitos em detrimento da compra do Facebook, que também passou a lidar com enormes quantidades de dados dos usuários de maneira indiscriminada.
O Instagram foi comprado pelo Facebook em 2012 por US$ 1 bilhão – uma quantia que hoje pode ser considerada pequena se levar em conta o alcance e popularidade da rede social de fotos. O WhatsApp, por sua vez, tirou uma boa quantia dos cofres da companhia: US$ 19 bilhões em 2014.
[Washington Post, CNET, Silicon Valley Business Journal]