Facebook permite escolher quem vai gerenciar seu perfil após sua morte
O que acontece com o perfil de um usuário no Facebook quando ele morre? Até então, a família podia contatar a rede social para congelar a conta, transformando-a em um memorial. Agora, a rede social permite que você escolha um “contato herdeiro” para cuidar do que você deixou para trás.
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Segundo o Wall Street Journal, o Facebook permite que você selecione uma pessoa para gerenciar certos aspectos da sua conta quando você não estiver mais entre nós.
O “herdeiro” poderá transformar seu perfil em um memorial mais apropriado, escrevendo um post que será exibido no topo do perfil, alterando as imagens do perfil, e até mesmo respondendo a novos pedidos de amizade em nome do falecido. (Hm.) Caso você conceda a permissão prévia, o herdeiro também poderá baixar um arquivo com seus posts e fotos.
O que o herdeiro não poderá fazer? Ele não será capaz de editar o que o falecido postou, nem controlar o que amigos postam no perfil, nem remover marcações em fotos. Ele também não será capaz de apagar a conta. Além disso, as mensagens privadas do usuário não poderão ser acessadas.
Para escolher um herdeiro, é preciso ir em Configurações > Segurança > Contato Legado na parte inferior da página. Lá, você escolhe um amigo do Facebook e lhe concede as permissões. Você só pode escolher uma pessoa; não há como inserir uma alternativa. Por enquanto, a opção só está disponível para usuários nos EUA; ela será distribuída a outros países em breve.
Se você não escolher um contato legado no Facebook, mas nomear um herdeiro digital no seu testamento, o Facebook vai designar aquela pessoa quando for informado sobre isso.
Para tudo isso acontecer, o Facebook precisa antes ser notificado de que você faleceu. Para tanto, é preciso que um contato preencha este formulário, anexando um atestado de óbito ou obituário de jornal.
Este ainda é um tema controverso. Às vezes, o Facebook comete a gafe de exibir “Falecido curtiu Tal Página” no feed de notícias dos amigos: quando ninguém avisa ao Facebook que um usuário morreu, a rede social opera no pressuposto de que ele está vivo, e recicla seus likes.
Nos EUA, um grupo de advogados se uniu em 2014 para elaborar uma lei que dá acesso à vida digital de pessoas falecidas aos seus entes queridos.
É meio bizarro que o Facebook faça parte da vida de tantas pessoas – 1,39 bilhão de usuários ativos todo mês – que seja necessário pensar sobre nossa vida digital após a morte. Pelo menos a rede social está finalmente levando isso a sério. [WSJ]
Imagem por Franco Bouly/Flickr