O Facebook disse nesta semana que irá proibir temporariamente os anúncios e listagens de produtos para máscaras faciais médicas em duas de suas plataformas – Facebook e Instagram – por causa da crise do novo coronavírus. Executivos da companhia disseram que são contra a exploração da emergência pública para a geração de lucros.
De acordo com o Facebook, a nova medida será implementada nos próximos dias. As máscaras faciais se tornaram escassas em diversas regiões, devido ao surto do coronavírus.
Nos EUA, chefe operacional do Corpo de Comissionados do Serviço de Saúde Pública pediu que as pessoas não comprassem máscaras, e a Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou que a escassez de equipamentos de proteção coloca em risco os profissionais de saúde que cuidam de pacientes com o COVID-19.
Essa escassez, além de deixar os profissionais de saúde mal equipados para lidar com a crise, também levou a aumentos de preços. Sites de comércio eletrônico como Amazon, Walmart e eBay têm lutado com a o aumento repentino dos preços de máscaras faciais, álcool em gel, antissépticos para as mãos, entre outros.
“Estamos proibindo anúncios e publicações comerciais que vendam máscaras no Instagram e no Facebook. Os itens estão escassos, os preços estão altos e somos contra pessoas que exploram a emergência de saúde pública [para lucrar]”, disse Adam Mosseri, chefe do Instagram, no Twitter.
Rob Leathern, diretor de gerenciamento de produtos no Facebook, repetiu a declaração de Mosseri. No entanto, ele acrescentou que o Facebook prevê que “aproveitadores vão mudar suas abordagens à medida que impormos essa restrição aos anúncios“. Leathern pediu ao público para denunciar um anúncio de máscaras no Facebook para que as equipes da empresa pudessem agir.
O Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC) não recomenda que o público em geral utilize máscaras faciais ou máscaras respiratórias N95 para se proteger de doenças, incluindo a COVID-19. Especialistas dizem que as máscaras faciais cirúrgicas (o tipo mais comum de máscara, normalmente feitas de papel) são projetadas para serem usadas por pessoas que já estão doentes, pois ajudam a proteger outras pessoas das gotículas expectoradas do usuário.
Além de proibir anúncios e publicações de produtos para máscaras faciais, o Facebook também proibiu as pessoas de fazer alegações médicas relacionadas ao novo coronavírus em seu marketplace, incluindo postagens que garantem que um produto irá impedir que alguém contraia a doença.
O Facebook também está agindo contra a desinformação e removerá conteúdo com alegações falsas ou teorias conspiratórias relacionadas ao surto.
Neste domingo (8), a OMS informou que foram 105.586 casos confirmados de COVID-19 em todo o mundo. Desses, 80.859 estão na China. No Brasil, já são 25 casos confirmados.