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Facebook rastreia dados de localização de usuários considerados perigosos

O Facebook tem um poder inigualável quando se trata da quantidade de dados que coleta de seus bilhões de usuários – e isso não é novidade. Graças a toda essa informação acumulada por seus diversos serviços, a empresa também é capaz de rastrear alguns indivíduos que são considerados uma ameaça para a empresa ou seus […]

Celular no escuro com ícones de aplicativos WhatsApp e Facebook

Karly Domb Sadof/AP

O Facebook tem um poder inigualável quando se trata da quantidade de dados que coleta de seus bilhões de usuários – e isso não é novidade. Graças a toda essa informação acumulada por seus diversos serviços, a empresa também é capaz de rastrear alguns indivíduos que são considerados uma ameaça para a empresa ou seus executivos, de acordo com uma reportagem da CNBC.

A reportagem conversou com diversos ex-funcionários do Facebook que afirmam que a empresa mantém um registro de indivíduos que a equipe de segurança deve “ficar de olho”, também conhecida como lista “FDO” (ou “BOLO” na sigla em inglês para “be on the lookout”).

Esse grupo de indivíduos aparentemente é formado por comentaristas que fazem ameaças ao Facebook e até mesmo ex-funcionários.

Em alguns casos, o Facebook rastreia esses indivíduos considerados perigosos pelo endereço de IP ou pela combinação de dados coletados pelos seus serviços. A partir disso, conseguem obter informações de localização que, segundo a companhia, poderiam ser enviadas às autoridades.

A CNBC informa que a lista FDO do Facebook contém “centenas” de nomes. As circunstâncias nas quais os indivíduos podem ser adicionados à ela são bem subjetivas. Uma delas é insultar o fundador da rede social, Mark Zuckerberg:

Enquanto alguns usuários vão para a lista após aparecerem repetidas vezes na sede da empresa ou por enviarem longas ameaças via e-mail, outros podem aparecer na FDO por simplesmente mandar mensagens como “Vá se f*, Mark”, “F*-se o Facebook” ou “Eu vou chutar o seu traseiro”, de acordo com um ex-funcionário que trabalhou com a equipe de proteção executiva. Outro ex-funcionário que também fazia parte da equipe de segurança da empresa disse que não havia padrões claramente determinados para dizer quais tipos de ações poderiam levar alguém para a lista, e que as decisões eram muitas vezes tomadas caso a caso.

Um porta-voz do Facebook negou essas afirmações, dizendo que pessoas só foram adicionadas após “uma análise rigorosa para determinar a validade das ameaças”.

O porta-voz do Facebook, Anthony Harrison, disse ao Gizmodo em uma declaração enviada por e-mail que a “equipe de segurança física da empresa existe para manter os funcionários do Facebook seguros”.

“Eles utilizam medidas consideradas o padrão da indústria para avaliar e lidar com ameaças críveis de violência contra nossos funcionários e nossa empresa, e encaminhar essas ameaças às autoridades quando necessário”, acrescentou Harrison. “Temos processos rígidos projetados para proteger a privacidade das pessoas e cumprir com todas as leis de privacidade de dados e aos termos de serviço do Facebook. Qualquer sugestão de que a nossa equipe de segurança tenha ultrapassado esses limites é absolutamente falsa”.

O fato de o Facebook utilizar monitoramento de localização para pessoas consideradas perigosas talvez não seja uma surpresa, e a companhia é capaz de obter dados com extrema precisão. Sabemos disso porque a própria rede social alerta os seus usuários:

“Usamos as informações que temos para verificar contas e atividades, combater condutas danosas, detectar e prevenir spam e outras experiências negativas, manter a integridade de nossos Produtos e promover a segurança dentro e fora dos Produtos do Facebook”, afirma a empresa em sua página de Política de Dados. “Por exemplo, usamos os dados que temos para investigar atividades suspeitas ou violações de nossos termos ou políticas, ou para detectar quando alguém precisa de ajuda”.

Se uma das condições para ser adicionado na lista seja mandar o Zuckerberg à merda, certamente essa lista deve ter mais do que “centenas” de usuários, né?

[CNBC]

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