Facebook diz que removeu 1,5 bilhão de contas falsas só no primeiro semestre de 2018

Nesta quinta-feira (15), o Facebook realizou uma conferência por telefone para falar sobre a reportagem do New York Times e divulgar dados de seu relatório de transparência. Mark Zuckerberg, CEO da rede social, publicou ainda uma carta fazendo um balanço sobre as medidas tomadas durante o ano – no início de 2018, Zuckerberg disse que um […]
Francois Mori/AP

Nesta quinta-feira (15), o Facebook realizou uma conferência por telefone para falar sobre a reportagem do New York Times e divulgar dados de seu relatório de transparência. Mark Zuckerberg, CEO da rede social, publicou ainda uma carta fazendo um balanço sobre as medidas tomadas durante o ano – no início de 2018, Zuckerberg disse que um dos seus objetivos era resolver os maiores problemas de sua criação.

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Pois bem, a o CEO afirma que sua companhia melhorou os seus métodos de detecção de conteúdo sensível e conteúdo de ódio, além de ter removido 1,5 bilhão de contas falsas nos primeiros seis meses do ano. A empresa deve contar com um órgão externo de avaliação de conteúdo no ano que vem, além de desestimular publicações sensacionalistas.

Sobre a moderação de conteúdo, Zuckerberg destaca que os investimentos em inteligência artificial melhoraram a eficácia na remoção de publicações indevidas. Segundo o chefão da rede social, os sistemas identificam proativamente 96% do conteúdo de nudez que são removidos – esse número era quase zero há alguns anos. Já para o discurso de ódio, a identificação proativa é de 52%.

Cerca de 30 mil pessoas são responsáveis pela aplicação da política e revisão dos conteúdos.

Ele ainda comentou conteúdos de ódio em Mianmar, onde uma campanha de militares na rede social colaborou com o avanço do genocídio dos muçulmanos rohingyas.

“No ano passado, priorizamos significativamente a identificação de pessoas e conteúdos relacionados à disseminação do ódio em países com crises como Mianmar. Fomos muito lentos para iniciar esse trabalho, mas no terceiro trimestre de 2018 identificamos proativamente cerca de 63% do discurso de ódio que removemos em Mianmar, um aumento de 13% no último trimestre de 2017″, escreveu Zuckerberg em sua carta.

O debate sobre o limite de liberdade de expressão no Facebook deverá ganhar um componente externo em 2019. A empresa pretende se afastar desse tipo de moderação e um órgão externo independente deverá tomar as decisões. “Sua finalidade seria defender o princípio de dar voz às pessoas, ao mesmo tempo em que reconheça a realidade de mantê-las seguras”, escreveu o CEO da companhia.

Zuckerberg disse ainda que as pessoas “interagem desproporcionalmente mais com conteúdos sensacionalistas e provocativos” quando as redes sociais são deixadas sem nenhum controle. Ele afirma que essa não é uma exclusividade da internet e cita que canais de TV a cabo e tabloides se aproveitam dessa inclinação há tempos. “Em escala, pode minar a qualidade do discurso público e levar à polarização. No nosso caso, também pode degradar a qualidade dos nossos serviços”, disse.

Para resolver o problema, o algoritmo do Facebook deverá ser mais duro com conteúdos considerados sensacionalistas pela rede, diminuindo o alcance e, consequentemente, o engajamento. Esse novo algoritmo será ativado por padrão e diminuirá o alcance das publicações que estão perto da linha do que a rede considera sensacionalista, mesmo que não viole os padrões e regras do site. Aparentemente, haverá uma opção para desativar esse filtro.

Por fim, Zuckerberg anunciou que pretende divulgar relatórios de transparência e aplicações das nossas políticas a cada trimestre, além de publicar atas de reuniões que discutam mudanças nas políticas da rede social.

A carta do CEO do Facebook é, como sempre, bem intencionada. Mas a realidade é que a rede social anda uma bagunça. Prova disso são divergências entre o que é divulgado para a imprensa e as falas de Zuckerberg.

Na chamada que o chefão fez com jornalistas para falar sobre a reportagem do NYT, ele disse que desconhecia que o Facebook havia contratado a empresa de consultoria política Definers, que teria espalhado teorias conspiratórias sobre quem criticasse a rede social. “Eu, pessoalmente, não sabia que trabalhávamos com eles. Soube sobre isso lendo a reportagem do New York Times“, disse.

Porém, quando o Facebook refutou a reportagem do NYT, foi destacado que a “relação com a Definers era bem conhecida pela mídia”.

Aparentemente, o CEO do Facebook anda mal informado sobre o que acontece em sua própria empresa.

O escândalo da Cambridge Analytica era só a ponta do iceberg.

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