Faltam 20 dias para terminar o verão que nem começou. O que houve com o tempo?
Faltam apenas 20 dias para o verão terminar. Mas, para boa parte do país, foi como se a estação nem tivesse começado. Neste ano, aquele que, tradicionalmente, é o período mais quente do ano, ficou marcado por instabilidade, dias nublados e bastante chuva pelo Brasil.
As temperaturas mais baixas e a precipitação constante já eram esperadas por órgãos como o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), que trouxe no prognóstico de dezembro como seria o verão com as ZCAS (Zona de Convergência do Atlântico Sul) e ZCIT (Zona de Convergência Intertropical), fenômenos que impulsionaram as chuvas nos últimos meses.
O esperado era que, com exceção do extremo sul do Rio Grande do Sul e Nordeste, todo o Brasil enfrentasse pancadas de chuva misturadas ao calor em maior ou menor medida durante o verão – algo comum para essa época do ano.
Mas a maior parte do país deveria manter os índices um pouco abaixo ou acima da média. No mapa atualizado em tempo real pelo Inmet, os últimos 90 dias foram de mais chuva que o normal no Brasil, em especial em parte das regiões Sudeste, Centro-Oeste e Norte.
La Niña se despede
Além da ZCAS e ZCIT, o que contribuiu para um verão mais chuvoso foi a continuidade do fenômeno La Niña, que mantém as águas do Oceano Pacífico mais frias que o normal, o que muda o regime de chuvas e dos ventos.
Ativa há três anos, o La Niña já influenciou o clima em todo o mundo. Apesar de incomum, a sequência do fenômeno não é inédita – mas, desta vez, demonstra mais intensidade em seus efeitos.
O litoral norte de São Paulo, por exemplo, tinha previsão de chuvas dentro da média para o verão de 2023. No feriado de Carnaval, a região vivenciou cenas de terror em deslizamentos e inundações. O desastre terminou com 65 mortos, 2.251 desalojados e 1.815 desabrigados.
Vai ter sol até o final do verão?
O mês de março deve trazer um misto de características do verão e outono: dias de calor com pancadas de chuva localizadas tornam-se cada vez mais comuns. À medida que nos aproximamos do dia 20, a temperatura fica mais amena. Há possibilidade de frio durante a madrugada e nas primeiras horas da manhã.
Em março, deve começar também a transição do La Niña para um estado de neutralidade no Pacífico Equatorial. O sul do Brasil deve ter chuva abaixo da média, com exceção do Paraná.
No Centro-Oeste, a precipitação deve ficar acima do esperado, especialmente no Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. A previsão se repete para o estado de São Paulo e parte de Minas Gerais (mais chuva no Sul e Triângulo Mineiro).
Uma análise do MetSul apontou dias com excesso de calor no Sudeste no mês de março. Isso deve aumentar o número de intenso abafamento e desconforto térmico no interior de São Paulo e áreas do Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas.