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Faxinar a casa também combate a demência, mostram pesquisas

E aí, já limpou a casa hoje? Faxinar a casa por 3 horas pode representar o mesmo esforço físico que fazer um exercício aeróbico por 30 minutos. Confira detalhes de estudos recentes sobre o tema

Faxinar a casa também combate a demência, mostram pesquisas

Imagem: Volha Flaxeco/Unsplash/Reprodução

Estudos divulgados nos últimos meses mostram que, sim, fazer uma boa limpeza na casa também é um exercício físico que ajuda a prevenir a demência. O suor liberado durante três horas de limpeza doméstica pode ser tão efetivo quanto 30 minutos de exercícios aeróbicos. 

A pesquisa mais recente, publicada em 27 de julho na revista Neurology, acompanhou 501.376 pessoas cadastradas em um banco de dados do Reino Unido ao longo de 11 anos. Dessas, 5.185 desenvolveram demência. O interessante é que alguns participantes tinham fatores genéticos de predisposição à doença. Mas nem todos a desenvolveram com o passar dos anos. 

Entre todos os participantes, os que praticavam atividades físicas regulares reduziram o risco de ter a doença em 35%. Em seguida, o melhor benefício foi das pessoas que simplesmente limpavam a casa regularmente: elas reduziram o risco em 21%. 

“É muito importante saber se você tem um histórico familiar de demência”, disse Huan Song, pesquisador da Universidade de Sichuan, um dos autores do estudo, ao jornal The New York Times. “Se for o caso, você pode usar a atividade física para reduzir o risco”. 

Qualquer exercício ajuda? 

Hoje existe uma “orientação geral” de que o ideal para prevenir doenças é fazer 150 minutos de exercícios de intensidade moderada a alta por semana. Mas alguns estudos vêm na contramão disso: o mais importante, segundo eles, é fazer o que se gosta. 

Outra pesquisa realizada pelo Instituto de Saúde Mental da Universidade de Pequim, na China, reuniu 38 artigos para verificar quais atividades de lazer reduziam o risco de demência. Ao todo, mais de 2 milhões de pessoas foram estudadas por pelo menos três anos. Dessas, 74,7 mil desenvolveram a doença. 

A conclusão foi que os pacientes que se exercitavam regularmente tinham um risco 17% menor de encarar a doença quando idosos em comparação com sedentários.

O interessante é que não havia uma atividade específica: o grupo dos ativos era composto por pessoas que caminhavam, corriam, nadavam, dançavam e malhavam na academia. “Recomendamos às pessoas fazer o exercício que mais gostam”, orientou o artigo. 

O importante é começar, como mostrou outro estudo publicado pelo Centro Nacional da Saúde do Envelhecimento da Austrália no começo de agosto. A pesquisa acompanhou mais de 1,2 mil crianças entre 7 e 15 anos por mais de 30 anos.

Aqueles com níveis mais altos de condicionamento físico apresentaram níveis mais altos das funções cognitivas ao longo da vida e, mais ainda, na meia-idade. 

Por isso, sim: fazer exercício físico ajuda a prevenir doenças –mesmo que seja fazer aquela sempre necessária faxina na sua casa. 

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