Ferramenta da NASA usa sinais de GPS para detectar tsunamis no Pacífico

Tecnologia deve servir especialmente à região do Círculo de Fogo, que concentrou quase 80% dos tsunamis do mundo desde 1900
sistema da nasa de monitoramento de tsunamis
Imagem: NASA/JPL-Caltech/Reprodução

Pesquisadores da NASA estão testando uma nova maneira de detectar tsunamis. O sistema de monitoramento experimental, chamado Guardian, usa sinais de GPS para detectar ondas gigantes no Círculo de Fogo do Pacífico – uma área de alta atividade sísmica em toda a costa deste oceano.

Veja só: durante um tsunami, muitos quilômetros quadrados de água sobem e descem, deslocando uma porção enorme de ar acima do oceano. O movimento dessa massa de ar produz ondas sonoras de baixa frequência, vibrações que em poucos minutos atingem a ionosfera. Nessa camada da atmosfera da Terra, a radiação solar ioniza átomos e moléculas, criando uma camada de elétrons.

Acontece que o choque das ondas com as partículas carregadas pode distorcer ligeiramente os sinais dos satélites de navegação próximos. A ideia dos cientistas da NASA foi usar tais distorções em estratégias de alarme, em vez de encará-las como um problema.

O sistema de monitoramento Guardian ainda está em desenvolvimento, mas já é considerado uma das ferramentas mais rápidas do gênero. Em 10 minutos, o Guardian pode denunciar o estrondo de um tsunami atingindo a ionosfera – e a equipe acredita que o sistema poderia fornecer alerta com até uma hora de antecedência, dependendo da origem do tsunami.

Área alvo

Por enquanto o sistema está monitorando pouco mais da metade do Círculo de Fogo. Para ter uma ideia de como esta é uma região crítica: 78% dos mais de 750 tsunamis registrados no mundo entre 1900 e 2015 aconteceram nesta região, segundo dados da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA), dos Estados Unidos.

“Nós prevemos que o Guardian um dia vai complementar os instrumentos terrestres e oceânicos já existentes [para detecção de tsunamis], como sismômetros, boias e medidores de maré, que são altamente eficazes, mas carecem de cobertura sistemática do oceano aberto”, disse Siddharth Krishnamoorthy, cientista que integra a equipe de desenvolvimento da ferramenta, em comunicado.

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