A maior parte dos pesquisadores defende que os primeiros humanos chegaram no continente americano entre 13 e 14 mil anos atrás. O grupo teria atravessado o Estreito de Bering, que um dia uniu a Ásia à América do Norte.
Por outro lado, há uma parcela de cientistas que acredita que os humanos já estavam na região que é hoje o Brasil entre 20 e 50 mil anos atrás. A teoria é sustentada por ferramentas encontradas na gruta da Pedra Furada e outros sítios arqueológicos no Piauí.
Um estudo recém publicado na revista científica The Holocene refuta essa última ideia. Segundo cientistas do Instituto Nacional de Antropologia e Pensamento Latinoamericano, na Argentina, as ferramentas de pedra podem ser obras de macacos-prego que habitavam o nordeste brasileiro.
Para entender essa questão, é preciso conhecer um pouco mais sobre o comportamento dos primatas. Esses macacos são conhecidos por usar pedras como martelos ou bigornas para abrir nozes e outras frutas, além de utilizar as ferramentas para cavar e conseguir comida.
Nestes processos, é comum que a pedra se quebre, gerando fragmentos de rocha similares aos esculpidos pelos hominídeos ancestrais. Neste novo estudo, a equipe comparou os vestígios antigos às ferramentas obtidas hoje pelos macacos-prego e não encontrou diferenças significativas, concluindo que os objetos do passado remetiam aos animais.
Esse não é o único fator que aponta para a ausência de presença humana há 50 mil anos. Pesquisadores nunca encontraram no local sinais de lareiras ou restos de alimento que remetessem a presença de hominídeos. O carvão já foi revelado na área, mas ele pode ser proveniente de incêndios naturais.