O Festival Internacional de Cinema de Berlim juntou-se a outros eventos, incluindo Cannes e Veneza, na liberação de filmes russos na próxima edição. Só que, porém, irá bloquear a entrada da delegação oficial do país. A informação foi divulgada pelo site especializado Deadline.
Segundo comunicado oficial dos organizadores: “mesmo diante da criminosa guerra de agressão russa, portanto, não pode ser a intenção de excluir cineastas ou trabalhadores culturais da Berlinale com base em sua nacionalidade ou isolá-los”.
A mensagem segue assim: “muitas vezes, são precisamente suas obras que transmitem críticas aos respectivos regimes. Consequentemente, a Berlinale se posiciona claramente contra um boicote geral de obras culturais com base em sua origem, pois isso também suprimiu muitas vozes críticas. E o mundo precisa dessas vozes críticas”.
No entanto, “instituições oficiais do Estado e, neste caso, instituições ou delegações russas, bem como atores de apoio ao regime serão excluídas”, acrescentou a organização.
Our thoughts and sympathy are with the victims, the suffering population, and the millions of Ukrainians who have fled. The Berlin International Film Festival hopes for an early end to Russian aggression and peace for Ukraine. https://t.co/mj46b1syMm pic.twitter.com/KWpZLrlBfB
— Berlinale (@berlinale) March 16, 2022
Ainda segundo o Deadline, o pedido de boicote ao cinema russo é originado da Academia de Cinema da Ucrânia e tem sido apoiado por uma série de cineastas ucranianos de alto perfil, bem como por instituições internacionais, incluindo a Academia Europeia de Cinema e o Instituto Polaco de Cinema.
Por outro lado, tem havido preocupações sobre a ideia de um boicote cultural e o impacto que isso teria nos cineastas russos que usaram sua arte para criticar o regime de Putin.
A próxima edição do festival de Berlim acontece de 16 a 26 de fevereiro de 2023. Neste ano, o vencedor do Urso de Ouro foi o espanhol “Alcarràs”, e o curta brasileiro “Fogaréu” saiu premiado.