A Rosetta conquistou nossos corações nestes últimos doze meses, mas assim como todas as sondas espaciais, ela terá um fim. Uma missão científica produtiva exige um final dramático: quando a Rosetta ficar sem combustível e financiamento no próximo mês de setembro, a Agência Espacial Europeia irá derrubar a sonda no cometa 67P… o mais suavemente possível.
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Levar a Rosetta até a superfície do cometa é algo que vem sendo estudado há mais de um ano. Ao se aproximar lentamente do cometa 67P, a Rosetta permitirá à sua equipe científica obter imagens da superfície em alta resolução e também mais dados científicos antes de morrer.
A Rosetta foi lançada há mais de uma década, mas só chegou ao cometa 67P no ano passado. Depois de vários meses em órbita, ela soltou o módulo Philae na superfície do 67P, marcando a primeira vez que a humanidade pousou em um cometa.
Não foi fácil: o Philae ficou em silêncio após 57 horas de transmissão de dados, e está inativo há meses. Enquanto isso, as operações científicas da Rosetta continuaram sem interrupção. Descobrimos que o 67P é um pequeno mundo fascinante, com dinâmicas complexas de superfície, oxigênio primordial e elementos básicos da vida.
Mas a missão da Rosetta não durará para sempre, e a equipe por trás dela vem discretamente se preparando para o fim desde o ano passado. O financiamento se esgota em setembro de 2016, e até lá, o cometa 67P estará indo rumo ao espaço profundo, muito longe do Sol para os painéis solares da Rosetta funcionarem. Derrubar a sonda no cometa parece ser a melhor forma de descarte.
Segundo a Nature News, a equipe da Rosetta prevê que a nave descerá num caminho em espiral até uma distância de aproximadamente 8 km – a mesma órbita baixa que ela alcançou quando o módulo Philae desceu à superfície. Então, ela chegará ainda mais perto em uma série de órbitas elípticas, finalmente batendo no cometa em setembro de 2016.
De uma forma ou de outra, quando a Rosetta estiver na superfície do 67P, o jogo acabou. Ela permanecerá em um lugar frio e empoeirado até ser devorada por um sumidouro, ou talvez até o cometa bater em outro corpo planetário. Cada átomo da Rosetta – assim como do 67P – vai se dispersar no vazio cósmico de onde veio.