YouTubers tentam registrar a palavra “React”, e a reação da internet não foi nada boa

Fine Brothers são conhecidos por vídeos que mostram reação de pessoas a determinadas coisas. Eles querem registrar isso, mas não contavam com a reação negativa da internet.

Os Fine Brothers fazem um baita sucesso no YouTube com seus vídeos mostrando pessoas reagindo a coisas diversas, como crianças reagindo a computadores Apple II, à internet dos anos 90, entre outras coisas. Eles se consideram especialistas e especiais nesse sentido, tanto que tentaram registrar a marca “React”. A reação da internet ao caso não foi nem um pouco boa.

Os Fine Brothers planejam monetizar e licenciar os vídeos React, oferecendo até mesmo ferramentas e apoio para pessoas que quisessem criar suas próprias versões deles. E para isso eles pediram registro da marca “React” ao U.S. Patent & Trademark Office (USPTO) no ano passado. Sim, eles querem registrar a palavra “React”, sob “serviços de entretenimento, oferecendo uma série de programas e webisódios via internet no campo de observação e entrevista de vários grupos de pessoas.” Eles prepararam até um vídeo para anunciar com bastante empolgação a novidade:

O que eles talvez não contassem era com a reação negativa da internet à novidade. No momento em que escrevia este post, o vídeo tinha 259.074 “não curtidas”, e apenas 38.222 curtidas. As pessoas não gostaram nem um pouco. E eles acharam que o problema era de comunicação, que o público não tinha entendido direito a proposta, e soltaram outro vídeo com mais detalhes sobre a novidade:

No vídeo, eles tentaram explicar que o objetivo era o de impedir que outras pessoas simplesmente copiassem o formato de vídeo deles – e não impedir qualquer outro tipo de vídeo de reação no YouTube. Não deu certa e a reação continuou sendo muito mais negativa: 257.747 “não curtidas”. Ops.

É possível dizer que os Fine Brothers não estão completamente errados: eles desenvolveram uma fórmula que se provou muito bem sucedida, juntaram milhões de assinantes em seu canal e seus vídeos são vistos por milhões de pessoas pelo mundo. É natural que tentem ganhar dinheiro em cima disso e não queiram que outros simplesmente copiem seu formato. O problema é que, ao tentar registrar a palavra “React”, eles demonstraram interesse em eliminar todo e qualquer vídeo que contasse com essa palavra no YouTube. Convenhamos, registrar uma palavra dessa forma não é lá muito inteligente. Dentro da proposta deles, qualquer YouTuber poderia criar vídeos com reação de pessoas a determinados assuntos, contanto que não tivesse a palavra “React” no nome.

Outro problema está no fato de que a ideia de vídeos de reação não ser nova, muito menos ter começado com eles. Programas de TV apostam nesse formato há décadas, então é até natural que isso em algum momento chegasse ao YouTube – se não fosse tão bem executado nas mãos deles, certamente seria sob comando de outras pessoas.

Essa tentativa atrapalhada de pegar para si o que é de todos não é novidade entre YouTubers. No mês passado ficamos sabendo que a Sony tentou fazer algo parecido: a dona da marca PlayStation queria registrar o conceito de “Let’s Play”, aqueles vídeos em que pessoas jogam jogo inteiros e postam para outros assistirem via YouTube. Talvez essa tentativa de registro – que foi negado pelo USPTO – seja ainda mais absurda do que no caso dos Fine Brothers, já que a Sony não é exatamente conhecida pela produção desse tipo de vídeo.

Mais do que esperar pelo resultado do pedido de registro de marca, resta saber até quando os Fine Brothers vão manter o plano deles em ação. A imagem deles já foi profundamente manchada com isso tudo – eles tinham mais de 14 milhões de assinantes no começo da história, e o número não para de cair.

[Gizmodo, Kotaku, The Verge]

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