A Fiocruz alertou para o aumento expressivo em 15 estados no número de internações de crianças por VSR (vírus sincicial respiratório). O anúncio do cenário epidemiológico foi feito no início de abril pelo novo Boletim InfoGripe.
Os dados apontam que o vírus já é o segundo principal causador de Síndrome Respiratória Aguda Grave. Ele fica atrás apenas do Sars-CoV-2, responsável pela Covid-19. Dados inseridos no Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) em março de 2023 baseiam a análise.
Segundo a Fiocruz, nas últimas quatro semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos com o resultado positivo para vírus respiratórios foi de 3,3% para influenza A, 3,7% para influenza B, 36,2% para VSR e 46,2% para Sars-CoV-2 (Covid-19).
Enquanto isso, a equipe atribuiu 4,6% dos óbitos a influenza A, 3,6% a influenza B, 6,1% a VSR e 82,7% a Covid-19. As informações são referentes ao público adulto e infantil. Autoridades recomendam que as crianças com sinais de infecção respiratória não frequentem as escolas e creches.
Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, o VSR é responsável por até 75% das bronquiolites e 40% das pneumonias. Ele afeta, principalmente, bebês com até dois anos de idade. O vírus é hoje um dos principais causadores de mortes de crianças no mundo.
Tratamentos para VSR
No Brasil, o SUS trata os casos com o medicamento palivizumabe, indicado especialmente para bebês prematuros extremos, com doenças congênitas do coração ou doença pulmonar crônica.
Ainda não há vacinas aprovadas contra a doença. No entanto, a Pfizer e a Moderna, laboratórios que ganharam visibilidade durante a pandemia de Covid-19, estão trabalhando em imunizantes para combater o vírus. A aprovação do imunizante é esperada ainda para 2023.
A União Europeia e o Reino Unido aprovaram em 2022 um tratamento com anticorpos que evita que bebês saudáveis contraiam o RSV. O chamado nirsevimab (Beyfortus) aguarda aprovação de outras agências reguladoras.