O Facebook inventou uma nova unidade de tempo
Às vezes, é fácil esquecer que o Facebook, como empresa, deve ser inovador em campos que vão além da vigilância. Mas o anúncio de que a companhia havia criado uma unidade de tempo completamente nova é um bom lembrete de que a enorme empresa, dona tanto do WhatsApp quanto da Oculus VR, é mais do que apenas um dos maiores aparatos de espionagem da história.
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A nova unidade de tempo, anunciada no Twitter e disponível no Github, é chamada de Flicks e foi especificamente criada para ser usada por artistas de efeitos visuais trabalhando em cinema, TV e vídeo.
We’ve launched Flicks, a unit of time, slightly larger than a nanosecond that exactly subdivides media frame rates and sampling frequencies. https://t.co/w9SDBznXRE
— Facebook Open Source (@fbOpenSource) 22 de janeiro de 2018
(“Lançamos o Flicks, uma unidade de tempo, levemente maior que um nanossegundo e que subdivide exatamente as taxas de quadros de mídia e as frequências de amostragem.”)
Frequentemente, é necessário usar “porções de tempo” muito reduzidas quando se trabalha com efeitos visuais. Em vez de operar em segundos, artistas de efeitos visuais, produtores e programadores às vezes trabalham em nanossegundos. Mas isso pode resultar em umas contas e codificações bagunçadas, já que eles não se convertem facilmente para as taxas de quadro de vídeo padrões. Então, o Facebook desenvolveu a unidade de tempo Flicks que, de acordo com sua página no Github, “é a menor unidade de tempo que é MAIOR que um nanossegundo e pode, em quantidades inteiras, representar exatamente uma duração de um só quadro” de filme.
Os Flicks foram inicialmente sugeridos por Christopher Horvath, artista de efeitos visuais e funcionário da Oculus, em um post no Facebook lá em 2016.
É interessante notar que essa unidade de tempo foi criada por um funcionário do Story Studio, da Oculus, um estúdio de filme focado em realidade virtual, e foi lançada por meio do repositório Github da Oculus VR, não através do Facebook em si. O cinema VR ainda está em sua infância. Comparado ao cinema tradicional, ainda está no estágio “O Grande Roubo do Trem“, filme de 1903 que foi um marco para a indústria. Ainda não tivemos exemplos de filmes em realidade virtual que radicalmente mudaram como o público e os artistas abordam o meio. Nenhum Cidadão Kane por enquanto. Mas o Flicks é a prova de que o cinema VR está pelo menos tentando se dirigir em direção a um novo futuro bem legal.
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