No final do ano passado, a Comissão Federal do Comércio dos Estados Unidos (FTC) condenou a Epic Games a pagar um reembolso de US$ 245 milhões para clientes. De acordo com o órgão, a empresa usou algumas técnicas para induzir seus jogadores — incluindo crianças e adolescentes — de Fortnite a comprarem acidentalmente na plataforma.
O reembolso é o maior já registrado na indústria dos games e levou Fortnite ao Guinness World Records. O grupo de jogadores não recebeu o pagamento ainda, mas devem ser notificados em breve sobre os valores pelos quais têm direito. Antes disso, o maior reembolso conhecido era de Cyberpunk 2020, US$ 51 milhões. O game foi lançado com uma série de bugs que irritaram bastante a comunidade gamer.
Técnicas obscuras de venda
De acordo com a FTC, a empresa usou uma prática conhecida como “dark patterns” (padrões obscuros), um conjunto de técnicas, que incluem interface confusa e complexa, utilizadas de forma intencional para enganar usuários. Alguns usuários acabaram fazendo compras no jogo ao clicar para visualizar um item ou ao pressionar botões em telas de carregamento.
Até 2018, a compra de V-Bucks, moeda do jogo, eram permitidas sem a necessidade de consentimento do titular do cartão de crédito, o que deixava crianças vulneráveis às compras acidentais. A Epic Games também é acusada de dificultar o cancelamento de compras acidentais feitas sem autorização dos pais.
Muitos usuários que contestaram as cobranças com as instituições financeiras administradoras dos cartões de crédito, tiveram suas contas no game bloqueadas e perderam todos os itens adquiridos anteriormente. A Epic Games também pagou uma multa de US$ 275 milhões por violar a legislação de proteção às crianças na internet.
Após as punições, a empresa anunciou um conjunto de medidas para evitar compras acidentais e cobranças indevidas. Agora, o sistemas de pagamento exigirá confirmação da compra e terá procedimentos facilitados para a solicitação de cancelamentos de transações acidentais e reembolso de cobranças indevidas.
