Fósseis com 565 milhões de anos são prova mais antiga de vida multicelular
Embora pareça um lugar inóspito, foi nas cinzas de um vulcão do País de Gales que pesquisadores encontraram fósseis que revelam como era a vida na Terra há meio bilhão de anos.
Os materiais encontrados apontam para a presença de organismos multicelulares no período chamado Ediacarano. Neste momento da evolução, as criaturas do planeta começaram a ficar cada vez mais complexas, deixando de ser apenas unicelulares.
Isso foi o que permitiu que hoje existam organismos tão diversos. Dessa forma, encontrar evidências desse período de transição pode trazer luz a diversas questões deste momento evolutivo. Os resultados da pesquisa foram publicados em artigo na revista Journal of the Geological Society.
Sobre os fósseis
Para datar o material, os pesquisadores fizeram a análise do material vulcânico, que permitiu chegar com precisão de 0,1% na estimativa. Com isso, concluíram que os fósseis possuem cerca de 565 milhões de anos.
Em geral, o período Ediacarano abrange uma época de 630 milhões a 542 milhões de anos atrás. Ele teve início após quatro bilhões de anos de vida exclusivamente unicelular. Por isso, a presença de tantos fósseis e o fato de serem tão antigos evidenciam organismos multicelulares já haviam se estabelecido na região.
O local, a pedreira Coed Cochion, é conhecido por ser o mais rico em fósseis de vida marinha rasa em todo o Reino Unido. Coincidentemente, os materiais encontrados no estudo remetem a animais e plantas aquáticos, que se desenvolveram nos primeiros estágios de vida, antes de qualquer organismo conquistar a terra.
Por exemplo, os cientistas descrevem alguns fósseis como semelhantes a samambaias, outros como repolhos e, por fim, alguns parecidos com plumas do mar. Os pesquisadores também citaram organismos que lembram águas vivas.
Mas ainda existem muitos fósseis cujas criaturas são desconhecidas. No futuro, mais estudos poderão se aprofundar no material, desvendando ainda mais mistérios sobre a vida primitiva na Terra.