Cientistas descobriram a espécie de água-viva mais antiga já registrada. É o que sugerem fósseis de 505 milhões de anos encontrados em Burgess Shale, no Canadá, uma área conhecida por esconder ossadas bem preservados de animais que habitavam recifes.
A nova espécie foi batizada de Burgessomedusa phasmiformis, e tinha um corpo em forma de sino com até 20 centímetros de altura e cerca 20 tentáculos relativamente curtos. O estudo que descreve a água-viva ancestral foi publicado por pesquisadores da Universidade de Toronto, no Canadá, na revista Proceedings of the Royal Society B.
Joseph Moysiuk e seus colegas encontraram 182 fósseis desta água-viva em um local específico da Burgess Shale, onde paleontólogos procuram fósseis desde a década de 1980. 95% do corpo das águas-vivas é água, e elas se decompõem rapidamente. Por isso, encontrar espécimes fossilizados é raro.
As águas-vivas fazem parte de um dos primeiros grupos de animais que colonizaram a Terra, os medusozoários. Os fósseis encontrados no Canadá permitem que os cientistas estudem sua história evolutiva para além de fósseis microscópicos de estágios larvais.
“Encontrar animais tão incrivelmente delicados preservados em camadas rochosas no topo dessas montanhas é uma descoberta maravilhosa”, disse Jean-Bernard Caron, autor do estudo e pesquisador do Royal Ontario Museum, ao The Guardian.
A descoberta da Burgessomedusa phasmiformis mostra que a cadeia alimentar no Período Cambriano era mais complexa do que se imaginava, segundo os pesquisadores. Os fósseis “não deixam dúvida” de que esta água-viva estava nadando por lá há 500 milhões de anos – e capturando presas consideráveis com seus tentáculos.