Fotos do James Webb são convertidas em sons por cientistas; ouça

Os pesquisadores transformaram os espectros de luz de três objetos capturados pelo telescópio em ondas sonoras; veja o resultado
Imagem da Nebulosa Carina obtida pelo Telescópio Espacial James Webb está disponível em site da ESA.
Imagem: NASA, ESA, CSA, and STScI/Reprodução

Nem só de imagens vive o James Webb. Uma equipe formada por cientistas, músicos e uma pessoa com deficiência visual utilizou programas de computador para converter as fotos do telescópio em sons. O resultado foi divulgado nesta quarta-feira (31) pela NASA.

Passaram pelo processo de sonificação as imagens da Nebulosa Carina, da Nebulosa do Anel do Sul e do exoplaneta WASP-96b.

Não se engane: o James Webb não capturou o barulho do espaço. Na verdade, os pesquisadores converteram as ondas de luz em ondas sonoras, realizando uma espécie de reinterpretação de dados. 

Matt Russo, músico e professor de física da Universidade de Toronto, no Canadá, disse em comunicado que o objetivo da equipe era “ tornar as imagens e os dados do Webb compreensíveis por meio do som – ajudando os ouvintes a criar suas próprias imagens mentais.”

O áudio da Nebulosa Carina, por exemplo, transforma os tons de azul em sons de vento, semelhantes a drones. Já os tons de laranja e vermelho foram convertidos em uma composição mais clara e melódica. 

As luzes brilhantes representam sons mais altos, com uma frequência que pode mudar de acordo com o posicionamento do brilho na imagem. Por fim, estão as áreas obscurecidas, representadas por frequências mais baixas e notas mais claras e não distorcidas.

O James Webb originou duas imagens da Nebulosa do Anel do Sul, e ambas foram transformadas em sons. Vale prestar atenção nos segundos 15 e 44, em que é possível escutar a detecção de uma e depois de duas estrelas no centro da nuvem de gás.

A frequência também é alterada conforme o centro das imagens é alcançado, representando o comprimento de onda mais longo do espectro infravermelho.

Por fim, está WASP-96b, exoplaneta em que o James Webb captou assinaturas de vapor de água. Neste áudio, os comprimentos de onda de luz mais longos têm frequências mais baixas e são ouvidos como tons mais baixos. Já as assinaturas de H2O são representadas pelo som de gotas de água caindo.

Carolina Fioratti

Carolina Fioratti

Repórter responsável pela cobertura de saúde e ciência, com passagem pela Revista Superinteressante. Entusiasta de temas e pautas sociais, está sempre pronta para novas discussões.

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