Fotos do James Webb são convertidas em sons por cientistas; ouça
Nem só de imagens vive o James Webb. Uma equipe formada por cientistas, músicos e uma pessoa com deficiência visual utilizou programas de computador para converter as fotos do telescópio em sons. O resultado foi divulgado nesta quarta-feira (31) pela NASA.
Passaram pelo processo de sonificação as imagens da Nebulosa Carina, da Nebulosa do Anel do Sul e do exoplaneta WASP-96b.
Não se engane: o James Webb não capturou o barulho do espaço. Na verdade, os pesquisadores converteram as ondas de luz em ondas sonoras, realizando uma espécie de reinterpretação de dados.
Matt Russo, músico e professor de física da Universidade de Toronto, no Canadá, disse em comunicado que o objetivo da equipe era “ tornar as imagens e os dados do Webb compreensíveis por meio do som – ajudando os ouvintes a criar suas próprias imagens mentais.”
O áudio da Nebulosa Carina, por exemplo, transforma os tons de azul em sons de vento, semelhantes a drones. Já os tons de laranja e vermelho foram convertidos em uma composição mais clara e melódica.
As luzes brilhantes representam sons mais altos, com uma frequência que pode mudar de acordo com o posicionamento do brilho na imagem. Por fim, estão as áreas obscurecidas, representadas por frequências mais baixas e notas mais claras e não distorcidas.
What if you could hear Webb data?
Here, the “Cosmic Cliffs” are sonified, or translated to sound. Blue gas and dust sound windy, while a melodic line represents the rise and fall of the “mountain range.” Louder tones represent brighter light. More: https://t.co/yeOM4bUjoh pic.twitter.com/qr9WzWVWvN
— NASA Webb Telescope (@NASAWebb) August 31, 2022
O James Webb originou duas imagens da Nebulosa do Anel do Sul, e ambas foram transformadas em sons. Vale prestar atenção nos segundos 15 e 44, em que é possível escutar a detecção de uma e depois de duas estrelas no centro da nuvem de gás.
A frequência também é alterada conforme o centro das imagens é alcançado, representando o comprimento de onda mais longo do espectro infravermelho.
The colors in Webb’s two views of the Southern Ring Nebula were mapped to pitches of sound. Near-infrared light (left) is represented by higher frequencies; mid-infrared (right) by lower frequencies. Both central stars can be heard in mid-infrared, but only one in near-infrared. pic.twitter.com/pTvIYIEhn9
— NASA Webb Telescope (@NASAWebb) August 31, 2022
Por fim, está WASP-96b, exoplaneta em que o James Webb captou assinaturas de vapor de água. Neste áudio, os comprimentos de onda de luz mais longos têm frequências mais baixas e são ouvidos como tons mais baixos. Já as assinaturas de H2O são representadas pelo som de gotas de água caindo.
How would we hear this graph of exoplanet WASP-96 b’s atmosphere? The pitches of each data point correspond to frequencies of light, with longer wavelengths having lower pitches. Volume indicates the amount of light detected. Four droplet sounds represent clear water signatures. pic.twitter.com/PXKpLBA7jq
— NASA Webb Telescope (@NASAWebb) August 31, 2022