França promete proibir a Libra, moeda do Facebook, na Europa e sugere ‘moeda pública digital’

Ministro francês fala em "moeda digital pública", que abordaria as preocupação que os reguladores ao redor do mundo parecem ter com a Libra.
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O governo francês promete impedir que a criptomoeda Libra, do Facebook, seja introduzida na Europa. Quem disse isso foi o ministro das Finanças francês Bruno Le Maire, que criticou a moeda digital em uma reunião da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) em Paris hoje (12).

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“Quero ser absolutamente claro: nessas condições, não podemos autorizar o desenvolvimento da Libra em solo europeu”, disse Le Maire na quinta-feira, de acordo com uma matéria da AFP .

Libra é a criptomoeda ou “moeda estável” planejada que o Facebook e outras organizações parceiras, sob o nome Libra Association, estão tentando lançar. O projeto vem encontrando oposição generalizada de legisladores e ativistas ao redor do mundo. De acordo com o plano atual, a Libra seria baseada em uma cesta de moedas internacionais, tornando-a mais parecida com os dólares da Disney do que com o Bitcoin. A Libra, ao contrário de criptomoedas como o Bitcoin, não seria extraída usando uma rede distribuída de computadores pessoais.

“Essa eventual privatização do dinheiro contém riscos de abuso de posição dominante, riscos à soberania e riscos para os consumidores e as empresas”, disse Le Maire, segundo a Reuters.

Le Maire disse que está conversando com o Banco Central Europeu sobre uma “moeda digital pública”, embora ainda não esteja claro como isso seria, mas abordaria a maior preocupação que os reguladores ao redor do mundo parecem ter com a Libra. A congressista democrata Alexandria Ocasio-Cortez comparou anteriormente o plano da Libra ao script, dinheiro emitido por empresas que só poderia ser gasto com a empresa emissora.

A Libra Association diz que o escrutínio de organizações internacionais é bem-vindo e que está trabalhando para tornar Libra um projeto que vale a pena.

“Os comentários de hoje do Ministro da Economia e Finanças da França enfatizam ainda mais a importância do nosso trabalho contínuo com órgãos reguladores e lideranças em todo o mundo”, disse Dante Disparte, chefe de políticas e comunicações da Libra Association, ao Gizmodo por e-mail.

“Nos quase três meses desde que a intenção de lançar o projeto Libra foi anunciada, nos tornamos o serviço de tecnologia fintech mais criticado do mundo. Nós consideramos esse escrutínio como algo bem-vindo e projetamos deliberadamente um lançamento a longo prazo para ter essas conversas, educar as partes interessadas e incorporar seus comentários em nosso projeto”, continuou Disparte.

“A Libra Association e seus membros estão comprometidos em trabalhar com as autoridades reguladoras para realizarem uma implementação segura, transparente e focada no consumidor do projeto Libra. Reconhecemos que o blockchain é uma tecnologia emergente e que os formuladores de políticas devem considerar cuidadosamente como seus aplicativos se encaixam em suas políticas de sistema financeiro.”

Le Maire tem recebido uma série de ameaças de morte nos últimos dias, incluindo uma carta com três balas enviadas ao Ministério das Finanças na terça-feira, mas parecem relacionadas a questões domésticas na França. E com o prazo para o Brexit pairando sobre todo o continente, é incrível que alguém tenha tempo para se concentrar na Libra do Facebook.

Mas certamente é bom saber que os reguladores europeus estão de olho na bola, já que os membros do Congresso nos EUA parecem resignados ao fato de que o dinheiro do Facebook se tornará realidade em breve, mesmo com as críticas contra o CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, e sua “criptomáfia”. Algumas pessoas já disseram que a Libra poderia ser uma ferramenta para terroristas, e mesmo isso não impedirá sua implementação.

“Alguns dizem que a inovação é sempre algo bom. A coisa mais inovadora que aconteceu neste século foi quando Bin Laden teve a ideia inovadora de atirar dois aviões em torres. Essa é a inovação mais significante, embora isso possa colocar os Estados Unidos mais em risco do que o atentado”, disse o congressista Brad Sherman, da Califórnia, em julho, durante uma audiência do Comitê de Serviços Financeiros da Câmara.

Caramba.

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