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Funcionários do Snapchat utilizavam ferramentas internas para espionar usuários

Segundo ex-funcionários, ferramentas internas permitiam acesso a informações como localização, telefones, e-mails e fotos e vídeos salvos no app.

Crédito: Getty

Existir online hoje em dia significa fornecer uma grande quantidade de dados pessoais. Espera-se que as empresas estejam guardando essas informações muito bem, mas milhares de pessoas trabalham nessas empresas e basta alguns indivíduos com más intenções e com o acesso certo para que alguns dos seus detalhes pessoais mais íntimos sejam utilizados para eles espionarem você. E, segundo dois ex-funcionários do Snapchat que conversaram com o Motherboard, foi exatamente isso o que aconteceu.

De acordo com eles, alguns anos atrás, “diversos” funcionários da empresa tinham um acesso indevido aos dados dos usuários, o que permitiu que eles abusassem do seu privilégio para espionar os usuários, saindo do escopo do trabalho que justificava o acesso a esses dados.

Funcionários da empresa, de fato, têm ferramentas internas que garantem o acesso a informações pessoais dos usuários, como localização, fotos e vídeos salvos no app, números de telefone e endereços de e-mail, de acordo com o Motherboard. Um ex-funcionário confirmou que esses abusos aconteciam “algumas vezes”.

Uma das ferramentas disponíveis é o SnapLion, que foi desenvolvido para permitir que a empresa acesse dados de usuários para propósitos jurídicos. Ele poderia ser utilizado pelas equipes de Spam e Abuso, Operações de Clientes, e segurança. Segundo o Motherboard, um ex-funcionário caracterizou a ferramenta como “as chaves do reino”, e e-mails internos obtidos pela publicação revelaram que um funcionário utilizou a ferramenta para encontrar o endereço de e-mail de alguém.

O Gizmodo entrou em contato com o Snapchat em busca de um posicionamento sobre as acusações de que vários funcionários utilizaram seu acesso a dados para espionar usuários, e questionar quais medidas a empresa está tomando para garantir que isso não ocorra novamente. O texto será atualizado quando recebermos uma resposta.

Se você não sabia que os guardiões dos seus preciosos dados às vezes têm meios de acessá-los, você é muito ingênuo. E o abuso desse poder por parte de um funcionário com uma moral questionável está sujeito a acontecer. De fato, isso aconteceu. Muito.

Já aconteceu com o Facebook e Uber, quando funcionários se aproveitaram do acesso a informações para perseguirem mulheres. Também aconteceu na Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos, em que vários funcionários utilizaram ferramentas de vigilância para espionar suas companheiras atuais e anteriores. E aconteceu em um departamento de polícia na Flórida, em que um policial tentou encontrar pelo menos 150 mulheres acessando uma base de dados interna. Esse escândalo do Snapchat foi apenas mais um episódio de funcionários utilizando ferramentas internas de vigilância para seu benefício pessoal, e provavelmente não será o último.

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