Diversos estudos já comprovaram que a música faz bem para humanos, gerando diversos benefícios para a saúde mental. Mas parece que não só as pessoas que apreciam um bom som.
Uma nova pesquisa, publicada apenas como preprint (sem revisão de cientistas independentes), identificou que fungos também gostam de curtir uma boa melodia. De acordo com os resultados do estudo, a música é capaz de fazer com que eles cresçam mais rápido.
Entenda a pesquisa
Para testar os impactos dos sons nos fungos, pesquisadores criaram um ambiente controlado para acompanhar o crescimento dos microrganismos com música. Primeiramente, eles enterraram saquinhos de chá verde e de chá de rooibos (Aspalathus linearis), muito consumidos na África do Sul e Portugal, em uma caixa à prova de som.
Durante oito horas por dia em 14 dias, os cientistas reproduziram sons para cada caixa. Em uma, o volume atingia 70 decibéis, já na outra a música emitia 90 decibéis (dB). Por fim, um terceiro grupo de controle recebeu apenas estimulação sonora ambiente, que equivale a menos de 30 dB.
Depois do período do experimento, as caixas que receberam som aumentaram de peso devido ao crescimento de fungos. De 2,5 gramas, o recipiente passou a pesar 3,1 gramas. Enquanto isso, os saquinhos de chá do grupo de controle mantiveram o mesmo peso.
Para confirmar os resultados, os cientistas realizaram um segundo experimento. Desta vez, eles utilizaram diretamente o fungo Trichoderma harzianum, que vive no solo e estimula o crescimento de plantas.
Isolados em laboratório, eles receberam música de 80 dB por cinco dias. Ao final do teste, as amostras expostas ao som cresceram até chegar a 2,5 milhões de células de esporos por mililitro de fluido.
Enquanto isso, aquelas amostras que não receberam estímulo sonoro permaneceram em 540 mil células de esporos por mililitro de fluido.
Para os pesquisadores, ficou evidente que a energia das ondas sonoras está alterando o ambiente em que vivem os fungos. Mas qual a via que faz o crescimento acontecer é algo que ainda não está claro.
Agora, eles afirmam que o próximo passo é replicar essas descobertas no campo, onde existem outros fatores que podem influenciar os resultados, mostrando diferenças dos experimentos laboratoriais.