Uma reportagem investigativa do jornal sueco Svenska Dagbladet, publicada na última semana, revela que as gangues da Suécia usam o Spotify para lavar dinheiro.
Apesar da ligação aparentemente improvável desse crime com o gigante do streaming de música, uma coincidência se destaca: o Spotify nasceu, ironicamente, na Suécia.
Com longas entrevistas com quatro membros de gangues e um oficial do Departamento Nacional de Operações (Noa) – órgão que investiga ações do crime organizado na Suécia — a reportagem afirma que os criminosos convertem os rendimentos das gangues em Bitcoin em transações em dinheiro vivo com vendedores de criptomoedas em grupos do Facebook.
“O Spotify se tornou uma ferramenta para o crime”, afirma o oficial do Noa, completando que as gangues lavam o dinheiro do tráfico de drogas, de assaltos, fraudes e assassinatos através de falsos streamings no Spotify.
Surveillance footage showing gang members in two vehicles firing at each other with assault rifles in broad daylight in Uppsala. June 2020. pic.twitter.com/hGHkcIqY0F
— Swedish Crime Tracker (@CrimeSwedish) August 24, 2020
As gangues compram os falsos streamings em músicas de artistas próximas às suas organizações criminosas. Assim, quando as músicas atingem altos números de streaming, os criminosos conseguem coletar pagamentos significativos, lavando, portanto, o dinheiro sujo.
De acordo com a matéria, os ganhos obtidos pelo Spotify correspondem a milhões de dólares anualmente, o que resulta em mais financiamento para as atividades criminosas.
“O Spotify se tornou um caixa eletrônico para as gangues”, diz um policial, que aponta a conexão direta entre o serviço de streaming e as gangues na Suécia.