Spotify faz caça ao Boomy e remove milhares de músicas feitas por IA

A plataforma removeu cerca de 7% das músicas do Boomy de sua plataforma, o que equivale a dezenas de milhares de faixas
Por que o Spotify excluiu de milhares de músicas do Boomy

O Spotify removeu muitas músicas geradas por IA do Boomy, uma plataforma que permite a qualquer pessoa criar e distribuir música usando inteligência artificial. Essa medida ocorre após a Universal Music, uma das maiores gravadoras do mundo, alertar sobre os riscos da IA na indústria fonográfica.

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De acordo com o Financial Times, o Spotify removeu cerca de 7% das músicas do Boomy de sua plataforma, o que equivale a dezenas de milhares de faixas. O Boomy anunciou, no último final de semana, o retorno das músicas da plataforma IA ao streaming.

O CEO do Spotify, Daniel Ek, disse na semana passada que ficou impressionado com o quão rápido a tecnologia de IA estava avançando e que esperava que ela impactasse significativamente a indústria musical no futuro.

No entanto, a ação do Spotify em remover o conteúdo, que ocorreu ontem (10), se baseia na justificativa das reproduções fraudulentas das músicas.

De toda forma, o impasse entre Boomy e Spotify reflete o papel crescente da IA na indústria musical e os desafios que ela impõe às grandes empresas.

Lucian Grainge, CEO da Universal Music, por exemplo, já afirmou sobre a necessidade de controlar a proliferação de “conteúdo de baixa qualidade e indesejado nas plataformas de streaming”.

De acordo com ele, os streamings de música recebem 100 mil novas faixas diariamente. Grainge também alertou que a IA generativa poderia criar problemas de direitos autorais e reduzir o valor da música.

Spotify removeu músicas do Boomy para combater fraudes

Ao contrário do que se pensa, o Spotify não removeu as músicas do Boomy por serem criadas a partir de IA generativa. De acordo com a empresa, a exclusão do conteúdo se dá com objetivo de combater o streaming artificial, que é uma violação de seus termos de serviço.

Streaming artificial é qualquer atividade que aumenta artificialmente o número de streams ou ouvintes de uma faixa, como usar bots ou contas falsas. O Spotify disse estar trabalhando com seus parceiros para monitorar e prevenir esse comportamento.

O diretor de conteúdo digital da Universal, Michael Nash, disse que a ação do Spotify o encorajou, reiterando a posição de sua empresa contra o uso de IA  nas plataformas de streaming. Além disso, Nash revelou que a Universal enviou uma carta a todos os principais serviços de streaming no mês passado pedindo-lhes para reprimir essa questão.

A Universal enviou tal carta após o lançamento de uma música gerada por IA que imitou as vozes de Drake e The Weeknd. A música viralizou nas plataformas e levantou questões sobre autenticidade e ética na indústria musical.

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Pablo Nogueira

Pablo Nogueira

Jornalista e mineiro. Já escreveu sobre tecnologia, games e ciência no site Hardware.com.br e outros sites especializados, mas gosta mesmo de falar sobre os Beatles.

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