Gelo da Antártida teve menor nível em 45 anos em fevereiro, alerta relatório
Em fevereiro, o gelo da Antártida ficou 34% abaixo da média, alerta relatório do Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus, da UE (União Europeia). A análise, feita com imagens de satélite, aponta este como o menor nível de gelo da história no Pólo Sul.
O último recorde de menor volume de gelo na Antártida havia sido em fevereiro de 2017. No mesmo mês de 2022, a extensão diária de gelo marinho também atingiu a mínima histórica.
Segundo os sistemas de medição, as concentrações de gelo marinho ficaram muito abaixo da média em todas as regiões do Oceano Antártico. O baixo volume tem relação com as temperaturas acima da média em todo o mundo, em especial na Europa, EUA, Rússia, Paquistão e Índia.
No hemisfério norte, o inverno foi o segundo mais quente já registrado na Europa e na Rússia. Os últimos três meses também foram mais úmidos do que o esperado na América do Norte, Austrália, sul do Brasil e da África.
As regiões mais secas que a média incluem o México, a maior parte da Ásia Central, o Chifre da África, o sul da Austrália e grande parte da América do Sul.
“Nossos dados mais recentes mostram que o gelo do mar Antártico atingiu sua menor extensão nos registros de dados de satélite de 45 anos”, disse a vice-diretora do serviço Copernicus, Samantha Burgess.
Segundo ela, as baixas condições de gelo marinho podem implicar gravemente na estabilidade das plataformas de gelo da Antártida e, assim, causar o aumento global do nível do mar. “As calotas polares são um indicador sensível da crise climática e é importante monitorar de perto as mudanças que ocorrem lá”, pontuou.