Geoglifos milenares são encontrados no Acre
Era para ser um dia comum. Mas um sobrevoo de rotina feito pelo Centro Integrado de Operações Aéreas do Acre (Ciopaer) revelou três novos grupos de geoglifos milenares no estado. As formas circulares e quadradas foram identificadas em uma região próxima à fronteira com a Bolívia.
Geoglifos são estudados no Acre desde a década de 1970. As inscrições datam cerca de 2 mil anos e parecem ter sido utilizadas no passado por civilizações que ocuparam o sul da Amazônia para a realização de cerimônias e rituais religiosos.
Identificar geoglifos não é tarefa fácil. É preciso realizar o sobrevoo em horas específicas do dia, em que haja a produção de sombra por parte dos barrancos que formam os desenhos. Várias formas geométricas já foram identificadas próximas de Plácido de Castro e ao longo da BR-317, sentido para Capixaba, mas essa é a primeira vez que pesquisadores identificam as marcações na fronteira.
Os geoglifos acreanos foram melhor estudados durante a década de 2000, devido ao avanço do desmatamento que permitiu a melhor visualização dos desenhos. Hoje, há uma série de fotografias que compõem o acervo da Secretaria de Comunicação do Governo do Estado do Acre.
Em 2005, foi criado o Grupo de Pesquisas dos Geoglifos da Amazônia Ocidental, que organizou escavações no local, tirou fotos aéreas e realizou medições em campo. Foram identificadas mais de 1.000 monumentos no Acre ao longo da história, os quais são hoje peças importantes da cultura do estado.