Giz explica: O que é um conjunto de discos rígidos RAID (e o porquê de você querer um)

RAID: isso não é mais somente para nerds de Warcraft. Se você possui toneladas de músicas, fotos e vídeos e não sabe ainda o que são conjuntos de discos rígidos RAID, leia isso – ou dê adeus aos seus preciosos arquivos de mídia.

RAID: isso não é mais somente para nerds de Warcraft. Se você possui toneladas de músicas, fotos e vídeos e não sabe ainda o que são conjuntos de discos rígidos RAID, leia isso – ou dê adeus aos seus preciosos arquivos de mídia.

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RAID soa como algo meio assustador, tipo algo que você pega pra exterminar os malditos mosquitos que não deixam você assistir TV quando está sozinho, afinal, você é uma pessoa triste e solitária, mas na verdade a sigla significa, em português, Conjunto Redundante de Discos Independentes (alguns chamam de “Conjunto Redundante de Discos Econômicos”, mas esquece). O que na verdade apenas significa um bando de discos rígidos atuando como um único super disco rígido. Existem alguns tipos diferentes de configurações de RAID e elas fazem coisas diferentes – um tipo resulta em um desempenho insanamente veloz, outro faz a sua armazenagem ser mais segura que um único disco rígido atuando sozinho via redundância.

O lugar mais provável de você se deparar com RAID – caso você já não esteja familiarizado com ele – é quando você entra no mundo da armazenagem anexa a rede, cuja sigla bem conhecida é NAS, proporcionando um enorme banco de discos rígidos para armazenagem, backup e streaming de mídia para todos os dispositivos e computadores do escritório e de casa.

Mas tá bom, vamos logo passar pros tipos básicos das montagens RAID, irritantemente conhecidos por níveis, mesmo sendo bastante diferentes um do outro. Se você não está com tempo pra ler tudo, os que você precisa saber são RAID 0, RAID 1 e RAID 5.

•    RAID 0 é desempenho e desempenho, empregando o chamado striping, no qual os dados são repartidos em fragmentos e escritos ao longo de múltiplos discos, mais ou menos tratando-os como um único disco gigante. Vamos assumir que tenhamos um conjunto de quatro discos rígidos. O incremento de desempenho vem do fato de você estar com enorme throughput – é como você passar de uma estrada com uma faixa para outra com quatro, já que você está escrevendo e acessando todos os quatro discos em paralelo. É para profissionais e malucos lidando com arquivos gigantescos, como edição de vídeo HD. O lado ruim é que se mesmo um único dos discos rígidos falhar, você perde tudo. Todos os arquivos agora estarão incompletos. Não é tecnicamente RAID já que não há redundância – possivelmente o motivo de ser RAID 0. Você precisa de pelo menos dois discos para este.

•    RAID 1 é a principal configuração que a maior parte dos novatos deveria aprender. Ela escreve – ou espelha – os dados em múltiplos discos, assim você tem múltiplos discos rígidos que são exatamente o mesmo. Obviamente, isto é ótimo para a confiabilidade dos dados, já que se um deles falhar, você tem outro. No entanto, se você não tem um controlador de disco independente ou um adaptador de host para o disco, o desempenho pode ficar meio lerdo ao tentar escrever para todos os discos simultaneamente e obviamente o desempenho não será tão bom quanto em uma configuração RAID com striping. Além disso, você precisa comprar dois discos de 500GB para ter apenas 500GB de armazenagem, então essa brincadeira acaba saindo meio cara. Ah, mas segurança em primeiro lugar! Você precisa de no mínimo dois discos.

•    RAID 2 faz striping nos dados como o RAID 0, mas em um nível ainda menor (bits em vez de blocos) e usa discos rígidos adicionais e um negócio chamado Código de Hamming para proteção contra erro e paridade, o que permite que ele recupere dados corrompidos. Adivinha só? Ninguém mais usa isso, porque requer uma quantidade ridícula de discos.

•    RAID 3 faz striping nos dados ao longo de múltiplos discos também, mas no nível de byte, além de ter um único disco dedicado à paridade de dados e correção de erros. Em função da divisão no nível do byte, todos os discos funcionam simultaneamente como uma única unidade, o que significa que ele só pode fazer uma operação de ler ou escrever por vez. É bastante raro de se ver, e nada que você, José Consumidor Comum, precise se preocupar. É bom para altas taxas de transferência (novamente, edição de vídeo HD vem à mente) com uma dose de segurança que você não tem com RAID 0, já que você pode perder um disco e ainda assim ficar numa boa. Você precisa de no mínimo três discos para esta festinha.

•    RAID 4 é uma montagem de striping+paridade de disco, mas no nível maior do bloco, assim os discos podem ser mais independentes e você pode ter múltiplas operações de leitura em diferentes lugares rolando ao mesmo tempo. Como você está usando um único disco para a paridade, no qual precisa ser escrito toda vez que você escreve dados, você ainda só pode ter uma operação de escrita rolando por vez. Neste caso, três é também o número mágico de discos.

•    RAID 5 é onde boa parte da ação NAS rola hoje se você não está brincando com RAID 1. Esta opção tenta oferecer o melhor de todos os mundos RAID – desempenho e redundância – ao combinar as diversas configurações. Ele faz striping de dados ao longo de múltiplos discos rígidos, mas em vez de jogar dados em paridade em um único disco, ele também espalha ao longo de todos os discos rígidos, o que significa que não há gargalo na escrita de dados em paridade (apesar de escrever dados em paridade ainda ser meio moroso). Nesta configuração, você pode perder um disco rígido e ainda ficar numa boa, já que os dados em paridade daquele disco estão em um disco diferente. Infelizmente, existe uma certa preocupação quanto à sua probabilidade de falha ao longo do próximo ano conforme os discos rígidos aumentam de tamanho e o sistema se expande. Três discos lhe garantem a entrada.

•    RAID 6 é como o RAID 5, mas usa dois discos para paridade e correção organizados de forma que, se um dos discos detonar durante a recuperação de dados, o sistema continua operando. Obviamente, você precisa de um disco a mais que no RAID 5, fazendo com que quatro seja o mínimo.

•    Além dos níveis padrão de RAID, você também tem os múltiplos: RAID 1+0 e 0+1. No RAID 0+1, você pega um conjunto de discos com striping na configuração RAID 0 (assim atuam como um único disco rígido) e depois os espelha em uma configuração RAID 1, tendo assim alguma redundância. Desta maneira, se você tiver um par de discos RAID 0, você os espelharia, totalizando quatro discos. RAID 1+0 é o inverso: ele faz striping ao longo de um conjunto de discos espelhados. Com os discos rígidos ficando cada vez mais baratos, o exército de discos rígidos que você precisa para esta configuração é mais fácil de conseguir, então você há de ver mais desta opção.

Só pra ficar claro, RAID não é um total substituto para o backup. Para o geek de internet médio, a melhor maneira de pensar sobre RAID é como uma maneira de armazenar com mais confiabilidade um grande banco de dados (o que todos nós temos agora com fotos, vídeos, músicas e mais) com proteção extra contra falhas físicas no disco rígido. Você ainda pode vir a perder todo um conjunto RAID por causa de um vírus ou por sobrescrever acidentalmente.

Se você comprar uma solução de armazenagem em rede in-a-box, como a da Western Digital, você geralmente terá opções para RAID 1 ou RAID 5 – a decisão para qual você escolherá vai depender do que for mais importante para você. Total redundância para mais confiabilidade ou uma combinação de desempenho e confiabilidade. O Lifehacker está com um guia passo a passo para montar o seu próprio conjunto RAID no seu computador para mais detalhes e conselhos, e se você precisar de ajuda para escolher a sua solução de armazenagem em rede, nós também o ajudamos.

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