Dois advogados foram indiciados por supostamente extorquir cerca de US$ 6 milhões de pessoas que baixaram pornografia ilegalmente. Eles teriam enviado avisos de violação de direitos autorais, e depois cobrado milhares de dólares para não levar o caso aos tribunais.
• Como a pirataria ajudou a criar a cultura de games no Brasil
• Filme pornô é exibido em outdoor eletrônico durante congestionamento
Paul R. Hansmeier e John L. Steele são acusados de executar um golpe complexo que se aproveitou do sistema de direitos autorais. Os dois supostamente adquiriram os direitos autorais de vários vídeos pornográficos através de empresas-fantasma e, em seguida, enviaram os vídeos para sites de compartilhamento de arquivos como o Pirate Bay.
A acusação federal alega que, em seguida, eles entraram com ações de violação de direitos autorais contra usuários que baixaram os vídeos, a fim de obter os nomes deles.
Com essa informação pessoal, a dupla teria pressionado os usuários a resolver o caso fora dos tribunais a um custo médio de US$ 4.000 – enquanto um processo judicial poderia lhes custar US$ 150.000.
“Quando o usuário decidia enfrentar a ação judicial, os advogados retiravam a queixa da justiça, ao invés de arriscar que seu esquema fosse descoberto”, diz a acusação.
Embora as violações de direitos autorais fossem frequentemente legítimas, Hansmeier e Steele aparentemente esconderam que eles próprios estavam envolvidos em piratear os vídeos (já que teriam feito o upload). Eles supostamente até produziram pornografia original para distribuir também.
De acordo com a acusação, “os réus usaram táticas extorsivas para obter acordos extrajudiciais rápidos de indivíduos que não sabiam do papel dos acusados no upload do filme e que, muitas vezes, estavam muito envergonhados ou não podiam se defender”.
A dupla enfrenta 18 acusações “por conspiração para cometer fraude, fraude substancial, lavagem de dinheiro e conspiração para cometer e subjugar perjúrio”.
[Justice Department via The Verge]
Foto por Shunsuke Kobayashi/Flickr