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Google pode ajudar a resolver o caso Marielle: entenda como

Cruzamento de dados do local dos assassinatos e pesquisas no Google devem servir como prova sobre os mandantes do caso Marielle

Google pode ajudar a resolver o caso Marielle; entenda como

Imagem: Bernardo Guerreiro/Mídia NINJA/Reprodução

O Google entregou um compilado de dados cruzados que podem solucionar o caso Marielle Franco. A remessa chegou ao Brasil no recesso de final de ano após uma longa negociação com a sede do Google nos EUA, que relutava em fornecer os dados dos usuários. 

Segundo informações do jornal O Globo, os promotores responsáveis pelo caso no Gaeco (Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado) delimitaram o campo de pesquisa para facilitar o acesso à big tech. 

O grupo estabeleceu dois perímetros com base na triangulação de antenas (ERBs) no local dos assassinatos da então vereadora do Rio de Janeiro e de seu motorista, Anderson Gomes, e onde estava um dos principais suspeitos do mando do crime. 

Em seguida, o Gaeco reduziu a solicitação para os usuários que pesquisaram o nome de Marielle no Google e outras combinações ligadas à vereadora dias antes do crime. A ideia é que o cruzamento dos dados mostre se houve algum contato entre o suspeito e executores.

Marielle e Anderson estavam de carro na zona norte da capital fluminense quando foram mortos por vários tiros em 14 de março de 2018. A principal linha de investigação acredita que os assassinatos tenham motivação política. 

O que os dados podem mostrar 

A análise dos dados cruzados ainda está em andamento. Caso haja confirmação do contato entre mandante e executores do crime, o inquérito sobre os suspeitos de ordenar a morte de Marielle será concluído. 

O objetivo das pesquisas do Google é reforçar as provas que já foram recolhidas contra os executores – os ex-policiais militares Ronnie Lessa e Elcio Queiroz. Acusados de integrar a milícia carioca, os dois estão presos e devem ir a júri popular pelos assassinatos. 

Mas, se os cruzamentos fracassarem, o processo passa a se basear apenas nas quebras de sigilo dos celulares apreendidos durante a investigação. Também é possível que os réus eventualmente confessem sua participação ou delatem outros milicianos para reduzir a pena.

As três linhas de investigação sobre os mandantes apontam que a atuação política de Marielle teria confrontado os interesses da milícia na Baixada de Jacarepaguá. Outra possibilidade é que tenha sido um crime de vingança pela atuação de Marcelo Freixo na CPI das milícias. 

Antes ex-deputado estadual pelo PSOL, hoje Freixo é presidente da Embratur (Empresa Brasileira de Turismo). Os investigadores também não descartam a hipótese de que Lessa teria sido ao mesmo tempo o executor e mandante do crime. 

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