Google proíbe anúncios de produtos e serviços de stalkerware e espionagem
O Google irá banir anúncios publicitários de aplicativos “stalkerware“, softwares invasivos que muitas vezes são usados por parceiros ou ex-parceiros abusivos para espionar outra pessoa sem a sua autorização. A empresa já tinha adotado uma proibição para esse tipo de app na sua loja Play Store, mas ainda permitia que anunciassem essas soluções nos resultados de busca e afins.
Isso vai mudar. Melhor tarde do que nunca, né?
Em uma atualização da política de anúncios realizada nesta semana, o Google disse que a partir de 11 de agosto proibirá anúncios de produtos ou serviços comercializados para rastrear ou monitorar secretamente alguém. Isto inclui, mas não está limitado a:
Spyware e tecnologia utilizada para vigilância de parceiros íntimos, incluindo, mas não limitado a, spyware/malware que pode ser utilizado para monitorar textos, chamadas telefônicas ou histórico de navegação; rastreadores GPS especificamente comercializados para espionagem ou rastreamento de alguém sem seu consentimento; promoção de equipamentos de vigilância (câmeras, gravadores de áudio, câmeras veiculares (dashcam), câmeras de babá (do tipo babá eletrônica)) comercializados com o propósito expresso de espionagem.
Em linhas gerais, qualquer tipo de tecnologia de vigilância digital que depende de a pessoa vigiada não perceber o que está acontecendo. As exceções a essa proibição incluem aplicativos e serviços destinados a investigações privadas e pais que procuram monitorar seus filhos menores de idade.
Os anunciantes que não cumprirem esta nova política verão suas contas suspensas com pelo menos sete dias de antecedência.
O Google tem intensificado seus esforços para reprimir problemas com stalkerware, particularmente depois que um estudo de 2018 descobriu que a companhia hospedava milhares de anúncios de tecnologia de vigilância oculta, especificamente voltado para pessoas que queriam perseguir parceiros.
Diversos dos anúncios descobertos incluíam chamadas como “Como pegar um cônjuge traindo com o seu celular” e “Rastrear o telefone da minha esposa – Quer espionar sua esposa? Rastreie sua esposa sem que ela saiba.”
O Google tomou medidas para restringir o aparecimento desses anúncios para alguns dos termos de busca mais condenáveis que uma pessoa abusiva poderia usar, mas muitos continuavam a escapar das regras. Apesar da proibição desses apps em sua loja de aplicativos, a empresa ocasionalmente retira lotes de apps espiões da Play Store que acabaram não sendo identificados pelos algoritmos.
O triste é que esses apps de perseguição são um problema prevalentes por uma razão. Um estudo da NortonLifeLock lançado em fevereiro descobriu que quase metade dos americanos admitiu ter realizado algum tipo de perseguição cibernética a um parceiro ou ex.
Os métodos incluíam bisbilhotar o celular do parceiro, criar um perfil falso para persegui-los nas redes sociais, ou usar um aplicativo para monitorar secretamente suas atividades online e dados de localização. De acordo com o levantamento, os homens tinham o dobro da probabilidade de recorrerem a esses apps de espionagem em comparação com as mulheres.