Google vai proibir propagandas políticas por uma semana após eleição dos EUA

Medida visa impedir tentativas de deslegitimar resultados das eleições dos EUA com teorias da conspiração e acusações falsas de fraude.
Logo do Google em metal na fachada de um prédio de tijolos marrom.
Foto: Spencer Platt/Getty Images

O Google vai seguir o exemplo do Facebook e proibir todas as propagandas relacionadas às eleições dos EUA por uma semana após 3 de novembro, escreveu a empresa em seu blog na terça-feira (27).

Especialistas estimam que 50% a 70% dos votos da eleição americana deste ano serão feitos pelo correio. O presidente dos EUA, Donald Trump, seu governo e seus aliados republicanos fizeram o possível para deslegitimar essa forma de votação, embora fraudes eleitorais nos EUA sejam extremamente raras. O Google, compreensivelmente, prevê dificuldades na apuração.

Por isso, a empresa “tomou a decisão de aplicar [sua] política de eventos sensíveis assim que as urnas forem fechadas em 3 de novembro, que pausará temporariamente os anúncios que fazem referência à eleição de 2020, aos candidatos ou ao seu resultado”, de acordo com o post.

O Google também diz que, como em 2016, fará uma parceria com a Associated Press para publicar informações em tempo real sobre os resultados das eleições. Elas aparecerão no topo das pesquisas relevantes.

O Facebook sofreu críticas durante meses por permitir que políticos mentissem em anúncios sem que fossem punidos e não respondeu ao fato de Trump usar a rede para espalhar teorias da conspiração sobre a eleição. A empresa anunciou uma proibição temporária semelhante no início deste mês.

O Facebook também disse que quaisquer posts de um candidato declarando vitória prematuramente seriam rotulados com “informações específicas […] que [dirão que] a contagem ainda está em andamento e nenhum vencedor foi determinado”.

Recentemente, o Facebook ameaçou um grupo de pesquisadores da faculdade de engenharia da Universidade de Nova York com “medidas de aplicação das regras” se eles continuassem coletando dados de milhares de voluntários sobre os tipos de anúncios políticos direcionados que essas pessoas veem no site.

O Google também limitou os tipos de dados disponíveis para segmentação de anúncios políticos e anunciou em novembro de 2019 que impediria anúncios políticos com “alegações comprovadamente falsas que poderiam prejudicar significativamente a participação ou a confiança em um processo eleitoral ou democrático”.

Tanto o Google como o Facebook permanecem em grande parte como caixas pretas de publicidade, sem revelar muita coisa além de divulgar alguns dados, como quem pagou quanto por quais anúncios. Em 27 de outubro, a página de transparência do Google afirmava que a empresa havia recebido mais de US$ 620 milhões desde o final de maio de 2018 por anúncios políticos.

Proibir anúncios políticos por uma semana após as eleições pode não significar muito mais do que uma mudança simbólica, visto que os EUA estão se preparando para uma eleição que será, na melhor das hipóteses, acirrada. Além disso, a contagem de votos provavelmente vai durar longas e tortuosas semanas.

De acordo com o site Axios, o Google alertou os anunciantes que espera atrasos na aprovação dos anúncios políticos restantes antes de 3 de novembro, já que prevê um aumento na demanda nos últimos dias da corrida eleitoral.

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