Google pode tentar salvar negócio com a Fitbit ao prometer que não usará dados para anúncios
Reguladores europeus estão examinando o acordo do Google para adquirir a Fitbit, buscando até mesmo a perspectiva de prestadores de cuidados de saúde e de fabricantes rivais de vestíveis. Aparentemente, isso está fazendo com que a gigante das buscas esteja suando um pouco de nervoso, de acordo com uma reportagem da Reuters. Por isso, a empresa talvez esteja planejado oferecer um compromisso vinculativo de não usar os dados de saúde Fitbit para alimentar informações sobre público-alvo em anúncios.
O Google basicamente está dizendo para os reguladores: “Estamos nessa só pelo hardware, prometemos!”
O Google anunciou a aquisição da Fitbit no valor de US$ 2,1 bilhões em novembro de 2019, mas não tem sido exatamente uma fusão rápida e fácil. No momento da aquisição, o vice-presidente sênior do Google, Rick Osterloh, disse que a empresa via a Fitbit como “uma oportunidade de investir ainda mais no Wear OS, bem como introduzir no mercado os aparelhos vestíveis Made by Google.”
Mas os críticos do Google e defensores de privacidade estão preocupados que a empresa utilize a riqueza de dados que a Fitbit coleta, incluindo informações sobre saúde cardíaca, sono, ciclos menstruais e muito mais, como parte do negócio principal do Google de direcionamento de anúncios.
Em fevereiro, o Conselho Europeu de Proteção de Dados expressou preocupação com os riscos de privacidade do negócio para os consumidores. O acordo também está sendo analisado pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos e pelos reguladores australianos.
O Google foi avisado pela União Europeia de que sua aquisição da Fitbit não seria simplesmente aprovada. A empresa tem até 13 de julho para oferecer concessões aos reguladores da Comissão Europeia e defender que a compra não é prejudicial aos consumidores. A comissão está prevista para decidir o destino da Fitbit em 20 de julho.
O Google tem dito desde que anunciou a aquisição que não utilizaria os dados Fitbit em seu negócio publicitário.
“O espaço dos vestíveis tem muita gente e acreditamos que a combinação dos esforços de hardware do Google e da Fitbit aumentará a concorrência no setor, beneficiando os consumidores e tornando a próxima geração de dispositivos melhor e mais acessível”, disse um porta-voz do Google à Reuters. “Ao longo deste processo temos sido claros sobre nosso compromisso de não utilizar os dados de saúde e bem-estar Fitbit para os anúncios do Google e nossa responsabilidade de proporcionar às pessoas escolha e controle com seus dados.”
Mas uma coisa é a empresa jurar que não utilizará os dados dos clientes de forma a comprometer a privacidade. Outra coisa é que essa empresa faça um compromisso juridicamente vinculativo nesse sentido para evitar uma investigação antitruste.