Governo norte-americano alega que a China está usando o LinkedIn para recrutar espiões nos EUA

O governo norte-americano alega que a China está usando o LinkedIn para recrutar espiões nos Estados Unidos. E agora ele está pedindo para a Microsoft, a empresa dona do LinkedIn, derrubar contas supostamente falsas sendo usadas para construir a rede de espionagem. Primeiro noticiadas pela Reuters, as alegações estão sendo feitas por William Evanina, diretor do […]

O governo norte-americano alega que a China está usando o LinkedIn para recrutar espiões nos Estados Unidos. E agora ele está pedindo para a Microsoft, a empresa dona do LinkedIn, derrubar contas supostamente falsas sendo usadas para construir a rede de espionagem. Primeiro noticiadas pela Reuters, as alegações estão sendo feitas por William Evanina, diretor do Centro de Segurança e Contrainteligência dos Estados Unidos.

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“Recentemente, vi que o Twitter está cancelando, sei lá, milhões de contas falsas, e nosso pedido seria que talvez o LinkedIn pudesse fazer parte disso”, Evanina contou à Reuters.

Em entrevista à agência de notícias, o ministro das Relações Exteriores da China disse que as alegações são um “completo absurdo”, acusando os Estados Unidos de terem “segundas intenções”. Os EUA e a China são atualmente vistos como adversários em uma nova guerra fria, e o crescimento contínuo de uma guerra comercial do governo Trump esfriou ainda mais as coisas. Trump deve anunciar na próxima semana cerca de US$ 200 bilhões em novas tarifas contra a China.

Por sua parte, Evanina ofereceu poucas provas para apoiar suas alegações de que a China buscou recrutar espiões usando o LinkedIn, embora outros países, como a Alemanha, tenham feito afirmações parecidas recentemente. No ano passado, os serviços de inteligência alemães afirmaram que espiões chineses estavam visando funcionários governamentais da Alemanha, alegando que mais de dez mil haviam sido contatados.

“Serviços de inteligência chineses estão usando novas estratégias de ataque no espaço digital. Redes sociais, especialmente o LinkedIn, estão sendo usadas de maneira ambiciosa para coletar informações e para recrutamento. Estamos lidando com uma tentativa ampla de infiltrar parlamentos, ministérios e governos”, disse Hans-Georg Maassen, diretor do Bundesamt für Verfassungsschutz (BfV), em dezembro de 2017.

A prova pública para a qual Evanina apontou quando falou com a Reuters foi a condenação por espionagem em junho de Kevin Mallory, um agente aposentado da CIA. Mallory foi recrutado no LinkedIn para fazer espionagem para a China e foi preso depois de voltar de Xangai com US$ 16 mil em dinheiro em espécie não declarado. Quando o FBI vasculhou seu smartphone, descobriram históricos de mensagens excluídas no WeChat entre ele e seu chefe chinês. Não está precisamente claro quais informações Mallory deu aos chineses em troca do pagamento.

O LinkedIn tem aproximadamente 562 milhões de usuários, o que faz dele uma plataforma muito menor do que o Facebook, por exemplo, mas, ainda assim, uma ferramenta importante para pessoas buscando empregos. Porém, à medida que o mundo se torna mais interconectado, fica mais fácil para espiões internacionais não apenas serem recrutados, mas também visados por exibir comportamento que os pode tornar um alvo para recrutamento. Pessoas com problemas financeiros, como Mallory supostamente tinha, são especialmente cobiçadas por causa de seu desespero, o que as torna menos propensas a obter habilitações de segurança do governo americano.

No entanto, como aponta a Reuters, oficiais de inteligência da China não estão visando apenas funcionários do governo. O FBI estima que cerca de 70% dos esforços de espionagem da China nos Estados Unidos são voltados para pessoas no mundo corporativo ou acadêmico, em que tudo, de segredos comerciais a tecnologia, passando por pesquisa acadêmica sobre assuntos aparentemente inofensivos, pode se tornar valioso para as necessidades de inteligência da China.

Entramos em contato com a Microsoft para comentários sobre o pedido de Evanina e atualizaremos este artigo se tivermos mais alguma informação.

[Reuters]

Imagem do topo: Getty

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