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Grande família? Daqui a 500 anos, todos japoneses podem ter mesmo sobrenome

Devido à baixa natalidade, todos os japoneses podem se tornar "da mesma família" em pouco mais de 500 anos, usando um mesmo sobrenome

Grande família? Daqui a 500 anos, todos japoneses podem ter mesmo sobrenome

Devido à baixa natalidade do país, todos os japoneses podem se tornar “da mesma família” em pouco mais de 500 anos. De acordo com um estudo da Universidade Tohoku, todos os japoneses poderão ter o mesmo sobrenome “Sato” até 2531.

Segundo o diretor do estudo, Hiroshi Yoshida, do Centro de Pesquisa para a Economia e Sociedade dos Idosos da Universidade de Tohoku, no Japão, “Sato” é hoje o sobrenome mais comum no país asiático.

“Se todos se tornarem ‘Sato’, talvez tenhamos que ser tratados por nossos primeiros nomes ou por números. Acho que não podemos chamar isso de um mundo bom para se viver”, disse Yoshida ao jornal japonês Mainichi Shimbun.

Como o estudo foi feito

Para chegar a essas conclusões, o estudo recorreu aos dados disponíveis no site Myoji-yurai.net. Ele fornece informações relacionadas a nomes familiares, como classificações de sobrenomes comuns com base em estatísticas governamentais e listas telefônicas.

A partir das tendências do número de pessoas com o sobrenome “Sato”, o professor Yoshida calculou a proporção da população japonesa com esse sobrenome e a taxa de crescimento estimada.

Assim, o estudo descobriu que a população japonesa com o sobrenome Sato aumentou um fator de 1,0083 vez de 2022 a 2023.

Por isso, se a taxa de crescimento permanecer constante e o número de casais com o sobrenome “Sato” aumentar anualmente, mais da metade da população teria este sobrenome no ano de 2446.

E, em 2531, todos os japoneses teriam este mesmo sobrenome.

Baixa natalidade no Japão

Há alguns anos, o Japão enfrenta um problema que acendeu o sinal vermelho nas autoridades do país. O número de recém-nascidos vem caindo drasticamente ano a ano.

A taxa de nascimentos por mulher no Japão está  em 1,26 — muito abaixo dos 2,1 considerados necessários para manter uma população estável. No Peru, por exemplo, este número é de 2,1; na Argentina, de 1,9; e, no Brasil, cerca de 1,6.

Em 2023, a população japonesa caiu pelo 14º ano consecutivo. Entre as causas da crise demográfica, estão as desigualdades de gênero no trabalho doméstico e na criação dos filhos, além do aumento do custo de vida no país.

Além disso, há ainda outros fatores, como a maior participação de mulheres no mercado de trabalho e o pouco tempo para se dedicar à criação dos filhos.

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