O Grooveshark, que oferece música por streaming e vem sofrendo diversos processos na Justiça por infringir direitos autorais, entrou na lista negra do Google: como aponta o TorrentFreak, ao digitar o termo na busca, você não recebe mais a sugestão automática para acessar o site.
O Google impede o preenchimento automático na busca, entre outros motivos, quando há “violação de direitos autorais”. Parece que o Grooveshark entrou na mesma lista onde estão os termos torrent, RapidShare e Pirate Bay.
Isso não significa que o Grooveshark foi banido do Google: ele ainda aparece nos resultados de busca, mas não será sugerido automaticamente. Isso talvez pareça pouco, mas não é: o impacto na visibilidade do Grooveshark é grande, como você pode ver no gráfico abaixo.
Aparentemente o termo entrou na lista negra no final de abril, coincidindo com a vitória da Universal Music nos tribunais contra o Grooveshark. A gravadora acusa o site de violar direitos autorais ao hospedar músicas não-licenciadas do seu catálogo. E qualquer passeio pelo site comprova que, sim, há pirataria transformada em streaming no serviço.
Mas no Google, as acusações são poucas. A empresa informa quantas URLs precisa remover da busca por violarem direitos autorais. E enquanto inúmeros sites colecionam (cada um!) mais de um milhão de URLs removidas, o Grooveshark teve só 2.447 links retirados da busca. Isso corresponde a menos de 0,1% da presença do serviço no Google.
Há vários motivos para um termo entrar na lista negra do Google. O mais relevante é este:
O termo de pesquisa viola nossas políticas de preenchimento automático. Buscamos sempre oferecer consultas de pesquisa relevantes, mas optamos por excluir um pequeno grupo de consultas relacionadas a pornografia, violência, incitação ao ódio e violação de direitos autorais.
Tudo isso não é boa notícia para o Grooveshark, que enfrenta problemas há um bom tempo. Todas as quatro grandes gravadoras estão processando o serviço, acusando-o de infringir copyright (o serviço permite que usuários façam upload de suas próprias músicas, e incontáveis delas vêm de caminhos ilegais); o app para iOS e Android foi removido de app stores oficiais; e o cofundador e CEO, Sam Tarantino, diz que está falido.
Por parte do Google, a falta de transparência envolvendo a “lista negra” é um problema. E por mais que o termo não seja banido, o impacto nas buscas é grande, e significa que muitos podem não mais descobrir o serviço. Isto demonstra como o Google é poderoso em decidir o que é “certo” e o que é “errado” na internet. No Bing, por sua vez, o Grooveshark ainda aparece como termo sugerido:
O serviço tenta se manter relevante com uma nova interface, uma versão HTML5 para navegadores móveis, e o serviço Broadcast que permite a você criar uma estação de rádio e tocar sua playlist para outras pessoas. Mas a situação do Grooveshark e a pressão das gravadoras ainda deixam o serviço em apuros. [TorrentFreak via Olhar Digital]
Atualização em 24/7: o Google Brasil sugere em comunicado que o Grooveshark foi retirado das sugestões automáticas por estar associado à pirataria. O texto completo:
Nossos algoritmos impedem que termos altamente associados à pirataria apareçam no Preenchimento Automático (Autocomplete). Perceba que isso não afeta os resultados da pesquisa, mas apenas a função de Preenchimento Automático – nós não estamos removendo nada dos resultados da pesquisa ou bloqueando buscas por determinados termos.