“Guerra Civil”, com Wagner Moura, mostra brutalidade de um país em guerra, sem dar razões

“Guerra Civil” é o mais novo e um dos mais ambiciosos filmes já produzidos pela A24. O estúdio norte-americano vem fazendo fama nos últimos anos, emplacando ótimas produções. Basta lembrar o vencedor do Oscar de Melhor Filme em 2023 “Tudo Em Todos Lugar Ao Mesmo Tempo”.

A24 aposta em “Guerra Civil” como blockbuster

Após anos apostando em longas mais “autorais” e de orçamento mais modesto, a produtora mudou um pouco sua abordagem e investiu US$ 50 milhões em seu primeiro “blockbuster”. Ainda assim o valor está bem abaixo do que é normalmente gasto em Hollywood em produções do tipo.

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No trailer já é possível ter uma ideia que a escala de “Guerra Civil” é uma produção em uma escala bem diferente do que vimos até agora na A24, o que rapidamente se confirma já nas primeiras cenas do filme, que se propõe a retratar um conflito entre cidadãos dos Estados Unidos.

Sem aprofundamento na guerra

Escrito e dirigido por Alex Garland, que ficou conhecido ao dirigir “Ex_Machina: Instinto Artificial”, a narrativa não se preocupa em explicar as razões ou contextualizar a guerra e foca mais em um grupo de jornalistas que trabalham diariamente sob fogo cruzado para reportar o conflito.

Aliás, este é um dos primeiros pontos que chamam a atenção nos primeiros minutos do filme, que nos trailers aparentava ser, na verdade, um grande blockbuster de ação. É importante dizer que há grandes cenas de ação no filme. Mas ele se destaca mais ao criar uma atmosfera de suspense. O filme mostra o pequeno grupo de comunicadores dentro dos focos de conflito, enquanto fazem uma viagem entre Nova York e Washington D.C. 

Lee (Kirsten Dunst), uma fotojornalista com experiência na cobertura de guerras, embarca nesta jornada pelos EUA ao lado de Joel (Wagner Moura), que deseja conseguir uma entrevista do presidente dos Estados Unidos, que não fala com jornalistas há mais de um ano.

Ao lado deles está Sammy (Stephen McKinley Henderson), um jornalista veterano que tenta ser a voz da razão e acalmar o ímpeto dos companheiros mais jovens, e Jessie (Cailee Spaeny), uma jovem que está dando seus primeiros passos no fotojornalismo e tem Lee como uma de  suas maiores inspirações.

Kirsten Dunst e Wagner Moura brilham

Kirsten Dunst, que já foi indicada ao Oscar por seu trabalho em “O Ataque dos Cães”, mais uma vez entrega uma performance impressionante e é ao lado do brasileiro Wagner Moura, que novamente faz um excelente trabalho em uma produção hollyoodiana, um dos maiores destaques do filme.

O elenco ainda conta com Nick Offerman, interpretando o presidente dos EUA. Jesse Plemons, que faz uma participação especial em uma das melhores cenas do filme. Aliás, Plemons, que é casado com Dunst desde 2022, vem empilhando ótimas atuações nas telonas desde sua participação na reta final do seriado “Breaking Bad”.

“Guerra Civil” não é perfeito, mas já é certamente uma das melhores experiências cinematográficas de 2024. A produção apresenta cenas belíssimas, mesmo em ambientes completamente tomados pelo caos da guerra.

O som talvez seja um dos pontos que mais se destacam no longa. O recurso torna a experiência ainda mais imersiva e aumenta a sensação de tensão. Principalmente durante os vários tiroteios. Este é um daqueles poucos filmes em que é impossível se sentir entendiado ou com sono. A sensação de perigo iminente nunca passa completamente.

Por fim o filme é distribuído no Brasil pela Diamond Films. A estreia nos cinemas é na próxima quinta-feira, 18 de abril. Os ingressos já estão à venda.