Há 15 mil anos, comer carne humana era prática comum em funerais na Europa
Considerado um dos maiores tabus e impensável no mundo de hoje, comer carne humana era prática comum em funerais na Europa há cerca de 15 mil anos. As revelações sobre as práticas canibais dos europeus foram descritas em um estudo publicado na revista Quaternary Science Reviews.
No artigo publicado recentemente, os pesquisadores encontraram ossos roídos e crânios humanos que foram transformados em taças na caverna de Gough, na Inglaterra. O levantamento se concentrou no período Magdaleniano do final do Paleolítico Superior.
Os magdalenianos viveram há cerca de 11 mil a 17 mil anos. “O canibalismo era um comportamento funerário difundido na cultura, dada a sua aparição recorrente em locais e a estreita associação com a manipulação ritualística de restos mortais humanos com a formação de taças de caveiras e gravuras”, diz o estudo.
Como a pesquisa sobre canibalismo foi feita
Para chegar a essas conclusões, os especialistas analisaram outras pesquisas que fizeram o levantamento dos restos humanos encontrados em 59 sítios magdalenianos.
Assim, 15 locais mostraram evidências de restos humanos com marcas de mordidas. Além disso, também foram encontrados ossos de crânio com marcas de corte e ossos quebrados propositalmente em um padrão associado à extração de medula óssea em busca de nutrientes.
Dessa maneira, descobriram também que dois grupos ancestrais distintos estavam presentes na região durante esse período. Um da cultura magdaleniana e outro chamado epigravetiano, uma cultura humana europeia diferente e geograficamente distinta.
Por fim, os que pertenciam à cultura magdaleniana no noroeste da Europa preferiam comer os seus mortos. Ao passo que, os humanos da cultura epigravetiana preferiam enterrar os seus mortos sem canibalismo.