Hackers vazam dados genéticos de 1 milhão de pessoas; quais os riscos
Ter seus dados do cartão de crédito ou CPF vazados pode ser uma dor de cabeça. Mas, agora, é preciso ter também outra preocupação: se seus dados genéticos estão seguros. Recentemente, a empresa de testes genéticos 23andMe foi alvo de um ataque hacker que roubou mais de 1 milhão de dados dos usuários recentemente.
A empresa disse que um hacker deve ter coletado senhas roubadas de outros sites e as reutilizado em uma tentativa de sequestrar as contas. E os dados já estão sendo vendidos em fóruns online. O preço varia entre US$ 1 e US$ 10 por conta (R$ 5,05 a R$ 50,50), dependendo da quantidade comprada.
Na lista, há mais de 1 milhão de dados de judeus da Europa Central e do Leste Europeu, e centenas de milhares de dados de indivíduos de origem chinesa.
Pessoas famosas também constam na lista. Mark Zuckerberg, Elon Musk e Sergey Brin estão entre as celebridades que apareceram à venda em fóruns. Ainda não se sabe, entretanto, se os dados são realmente deles.
Quais os riscos da divulgação de dados genéticos
O maior problema de ter os dados genéticos vazados é que essas informações podem ser valiosas para seguradoras e empresas de empréstimos, por exemplo. O sequenciamento genético poderia ser usado, por exemplo, para discriminar geneticamente pessoas, como negar financiamentos ou aumentar os custos de seguros.
“Você pode imaginar as consequências: um dia, eu poderia solicitar um empréstimo de longo prazo e ser rejeitado porque, no sistema do banco, há dados de que é muito provável que eu contraia Alzheimer e morra antes de poder pagar”, explicou ao The Verge o professor de ciência da computação Giovanni Vigna.
Outro problema complica esta questão: estes testes de consumo estão muitas vezes errados. Os relatórios de saúde podem apresentar falsos positivos e até mesmo os testes de ascendência podem ser extremamente imprecisos.
“Mesmo que eu não use o 23andMe, tenho primos que usaram. Então, posso estar geneticamente vulnerável”, completa Vigna.
Para proteger os dados, a especialista recomenda ativar a autenticação de dois fatores e não repetir senhas em diferentes sites.