[Hands-on] Apple Watch: só o tempo dirá

Durante meu hands-on, até a Apple delicadamente me retirar da sala de testes, eu não consegui imaginar o Apple Watch integrado à minha vida.

Hoje, eu coloquei um relógio de US$ 15.000 no meu pulso, com um computador da Apple por dentro. Eu brinquei um pouco com ele, e tentei imaginá-lo integrado à minha vida. Mas durante meu hands-on, até a Apple delicadamente me retirar da sala de testes, eu não consegui.

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Claro que eu não compraria um relógio de US$ 15.000. Eu me contentaria com a versão de US$ 350 – e até migraria do meu fiel dispositivo Android para um iPhone – se a Apple pudesse provar que este dispositivo tornaria a minha vida mais fácil.

Mas, em uma demonstração no evento da Apple, percebi que – mais uma vez – simplesmente não há como a Apple provar isso para mim. Nem para você, eu aposto. Esta foi minha experiência com o relógio inteligente, e ela ainda deixou muitas questões em aberto.

Design

Apple Watch - hands-on (2)

O Apple Watch é grande, mas não enorme, e tem um peso que lhe confere presença, mas não incomoda no pulso. Se você gosta do visual quadrado – eu gosto – ele é bonito também ao vivo. A tela é tão nítida e agradável quanto eu poderia esperar de um dispositivo tão pequeno.

E a coroa digital, o botão giratório no lado direito, é ótimo: você o gira com um só dedo para deslizar sem esforço através de longas listas de e-mails, ou para dar zoom em uma enorme galeria até chegar às fotos.

Os botões também oferecem uma sensação excelente: tanto a coroa como o botão abaixo dela são fáceis e agradáveis de se pressionar.

Interface de usuário

Apple Watch - hands-on (3)

O funcionamento básico é bastante simples: pressione a coroa digital ou vire o punho para cima em um gesto “estou olhando para meu relógio!”, e isso desperta o Apple Watch – a tela não fica sempre ligada.

Ele mostra as horas e até quatro “complicações” customizáveis ​​nos quatro cantos da tela, incluindo data, temperatura, e nível de bateria.

Ao pressionar o botão inferior, você abre o menu de amigos, para iniciar uma chamada ou enviar uma mensagem a partir do seu pulso.

Pressionando a coroa mais uma vez, você chega à tela inicial, onde você pode escolher um app para usar:

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Selecionar um desses apps não é tão simples quanto deveria: eu toquei no ícone errado mais de uma vez, e acabei abrindo apps que eu não queria.

Você pode ampliar os ícones com a coroa digital, mas é um pouco estranho alternar entre os botões e os toques na tela. Isso me fez pensar: por que não usar apenas a excelente coroa digital para ampliar os apps e selecioná-los?

O que eu não entendo muito bem sobre o Apple Watch – pelo menos não ainda – é porque eu também tenho que usar uma pequena tela sensível ao toque para fazer qualquer coisa.

Em listas de itens, você pode escolher o controle: por exemplo, é possível deslizar através de suas músicas com o dedo, ou com a coroa.

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O pior foi o Force Touch. Isso usa minúsculos eletrodos abaixo da tela para distinguir entre um leve toque e uma pressão maior. Assim, ao pressionar a tela com mais força, você pode ativar controles ocultos – como mudar a face do relógio.

Só que, às vezes, quando eu tentava tocar, ele achava que eu queria o Force Touch – e nem sempre era claro qual eu precisava usar para executar uma ação.

Glances

Esta é a resposta da Apple para o Google Now. Ao deslizar para cima na tela, você pode acessar uma grande variedade de informações: previsão do tempo, próximos itens de calendário etc. Havia um monte de Glances pré-definidos no Apple Watch que eu usei, mas é impossível dizer se eles realmente serão úteis no dia a dia. Eles estarão lá quando eu precisar deles?

Apple Pay

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Eu tenho que admitir, se o Apple Pay chega a uma adoção quase universal, eu o usaria o tempo todo. Pressione duas vezes o botão inferior e aparece o seu cartão de crédito. Aproxime o relógio do terminal de pagamento e poof, está tudo pago sem precisar sacar a carteira do bolso, nem o smartphone.

Siri e chamadas

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A Siri legitimamente me impressionou no relógio. Quando recebi uma mensagem em nossa demonstração, eu pude responder sem usar o iPhone, através de uma mensagem gravada (que é uma opção) ou tocando em um teclado impossivelmente pequeno no próprio relógio.

Era possível ditar uma mensagem com a Siri, que me entendeu claramente mesmo em uma sala de demonstração barulhenta. Ela esperava pacientemente até eu terminar, e acrescentava palavras adicionais apenas quando eu falava.

Será que eu estaria disposto a fazer isso em público? Difícil dizer sem tentar. E quanto a fazer ligações telefônicas do meu pulso, bem… isso parecia meio ridículo no Samsung Galaxy Gear, e definitivamente parece ridículo agora.

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E muito mais…

Há certamente mais facetas para o Apple Watch do que eu pude experimentar durante meu breve hands-on com o dispositivo. Como fotos, por exemplo: eu preciso carregá-las na memória interna? É preciso cortá-las no formato da tela para elas ficarem boas? Será que o app de atividade física realmente emite lembretes para eu me exercitar, e será convincente?

A duração da bateria também ainda é um enorme ponto de interrogação. Sim, a Apple explicita o quanto ela vai durar em determinados cenários: por exemplo, serão 18 h com “90 verificações de hora, 90 notificações, 45 minutos de uso de apps e um treino de 30 minutos com reprodução de música no Apple Watch por Bluetooth”. Mas essa vida útil de 18 horas ou menos vai dissuadir os usuários de usar muito o relógio?

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Eu mal posso esperar para descobrir, porque o relógio da Apple parece poderoso. Parece que ele poderia levar os smartwatches mais longe do que meros dispositivos centrados em notificação.

Se eu conseguir fazer coisas mais rápido e mais facilmente no meu pulso, se o relógio puder me poupar tempo, eu definitivamente consideraria comprá-lo. Pessoalmente, eu não pagaria dinheiro para ver notificações no meu pulso que eu posso checar no smartphone. Só que o Apple Watch ainda não me convenceu de que vale a pena.

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