[Hands-on] iPhone 5S, o sensor Touch ID e o novo (e muito veloz) processador A7

Finalmente temos algo realmente novo para comentar sobre um iPhone. Bem, mais ou menos. Não há muita diferença entre o iPhone 5 e o iPhone 5S. Fisicamente, a única coisa que diferencia os aparelhos é o botão home que agora é mais plano e com bordas chanfradas. É mais fácil de pressionar do que antes, […]

Finalmente temos algo realmente novo para comentar sobre um iPhone. Bem, mais ou menos. Não há muita diferença entre o iPhone 5 e o iPhone 5S. Fisicamente, a única coisa que diferencia os aparelhos é o botão home que agora é mais plano e com bordas chanfradas. É mais fácil de pressionar do que antes, e apertá-lo é satisfatório da forma como um botão deve ser. Isso é importante, já que você usa bastante o botão home, e é um detalhe que a Apple acertou no novo iPhone.

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O resto do aparelho compartilha vícios e virtudes do 5: leve, fino, ótima tela, um pouco excessivamente delicado, corpo que certamente vai se arranhar caso você não use um case, mas em geral ele tem uma qualidade boa de construção.

Uma grande diferença do iPhone 5S é o iOS 7. Nós já soltamos um review dele, mas para resumir, ele é mais colorido e tem diversas novas funções. É conveniente de uma maneira que o iOS 6 não era, mas não está totalmente polido. A forma como o scanner de impressões digitais está vinculado a algumas funções de segurança (como a compra na App Store) mas não está em outras é um exemplo.

Abaixo, mostramos como funciona a configuração do Touch ID:

E em relação ao resto? Vamos preparar um teste mais detalhado da câmera, comparando o 5S com os principais smartphones com câmeras boas do mercado. Mas, por enquanto, vale dizer que ela é rápida, se dá muito bem com pouca luz e o flash – o que eu mais queria ver como ficou, já que amei o Lumia 928 – é bom, mas nada demais.

O processador é rápido o suficiente para não percebermos nenhum lag no uso diário de apps – e isso é o suficiente. Não rodei nenhum jogo pesado para testar o desempenho do chip A7, mas preparamos uma análise de benchmark (veja abaixo).

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A qualidade de áudio é boa, e o microfone capturou conversas em uma sala de conferências no modo viva-voz.

O iPhone ainda é ótimo. Está filosoficamente alinhado com outros smartphones excelentes disponíveis atualmente – como o Moto X – com foco em imersão e conveniência. Mas, no geral, ainda é um iPhone.

Benchmark do processador A7

Rodamos testes de benchmark do novo iPhone 5S e descobrimos que este é o smartphone mais potente já feito. Essa coisa esmaga todos os outros smartphones em potencia computacional e gráfica. Mas se você observar apenas as especificações comuns, como contagem de núcleos e velocidade do clock, você nunca saberia isso.

Não é segredo nenhum que specs não significam muita coisa. Nós sabemos que a qualidade de um smartphone depende do design industrial e da qualidade do software que ele roda. Mas vai além disso: as specs tradicionais nos afastam do que as entranhas de um smartphone realmente fazem, e, de um ponto de vista tecnológico, nos distraem de avanços que fazem produtos ficarem melhores.

O design do iPhone é uma obra de arte, e o iOS 7 mostra que a Apple sabe muito bem fazer um sistema operacional. O que não é reconhecido por aí é o talento da Apple em relação a entranhas. Eis uma análise de como o que está dentro do iPhone 5S supera os concorrentes.

O chip mais rápido já criado

O benchmark do iPhone 5S é absurdo. Após rodar o Geekbench  3.0, conseguimos resultados que igualam números relatados por outros sites, como os testes do AnandTech. O resultado do Geekbench é uma boa medida porque mistura medidas de velocidade computacional de vários processos reais, como compressão e descompressão JPG. O resultado combinado do iPhone 5S supera tudo o que você considerou comprar e até mesmo a versão octa-core insana do Galaxy S4 da Samsung.

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O resultado impressionante confirma muitas das alegações feitas pela Apple na apresentação do iPhone 5S.

Rodamos a GPU do iPhone 5S no software tradicional GFXBench, usando testes intensos gráficos e comparamos com outros resultados públicos para smartphones flagships do mercado. A tabela abaixo mostra as taxas de quadro médias do processador gráfico de cada smartphone. Taxas mais rápidas significam gráficos suaves nos jogos mais exigentes por aí.

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E os gráficos do novo iPhone também tiveram desempenho espetacular: 37 quadros por segundo, mais do que o dobro dos 14 fps do iPhone 5. Também é bem melhor do que o smartphone mais próximo disponível nos EUA, o Moto X, que atinge 27 fps. Em resumo, o poder gráfico do iPhone 5S é o suficiente para jogos insanos que devem ser lançados nos próximos anos.

Esses não são os únicos testes de benchmark feitos, mas eles refletem o que a maioria dos testes concluiu: o iPhone 5S tem o melhor desempenho medido entre todos os smartphones.

A verdade sobre núcleos, clock e bateria

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Se você comparar esta performance com as especificações técnicas – não-oficiais, descobertas pelo Geekbench – você se surpreenderá. O A7 do iPhone 5S é um processador ARM dual-core de 1.3 GHz. Apenas 1GB de RAM. Considerando que a maior parte dos competidores da Apple rodam Snapdragon 600 quad-core com clock de até 1.7 GHz, além de 2GB de RAM, tudo fica ainda mais surpreendente.

Vamos lembrar o que Anand Shimpi do AnandTech explicou. As specs divulgadas por fabricantes são apenas uma parte de toda a história. “Sempre pensei que a mudança de 2 para 4 núcleos aconteceu mais rápido em dispositivos móveis do que o esperado”, ele explica, continuando depois:

Em um ambiente tão restrito termicamente, quatro núcleos só faz sentido se você puder deslocar quando núcleos estiverem ociosos. Ainda não vi nenhum fornecedor de SoC (com exceção do Bay Trail da Intel) fazer isso corretamente, então até chegarmos a este ponto, o provável é que dois núcleos seja o ideal.

Em outras palavras, a tecnologia de arquitetura quad-core em smartphones que se aproveita de núcleos extras ainda não existe. Então todo este poder teórico resulta em uma grande perda de bateria. E a potência não está sendo usada da forma como deveria.

É ainda pior quando vemos a guerra de velocidade de clock:

E então temos a discussão de frequência. Brian e eu há muito tempo falamos sobre as combinações ridículas de frequências e voltagens oferecidas por fornecedores de SoCs que não são nada além de marketing. Lembro da ARM me falando que o alvo ideal para um Cortex A15 em um smartphone era 1.2 GHz. O Exynos 5410 da Samsung enfiou quatro Cortex A15 em um smartphone com um clock máximo de 1.6 GHz. O 5420 aumentou para 1.7 GHz. O problema com a escala de frequência em si é que ela significa voltagem maior. Existe uma relação muito próxima entre voltagem e consumo de energia, então é bem possível que esta seja uma das piores formas de conseguir melhor desempenho.

E eis outra parte do quebra-cabeça que não é mencionada nos benchmarks acima: bateria – a única especificação técnica que você realmente deveria se importar. Você vai perceber que a CPU A7 da Apple está acima do 1.2GHz descrito por Anand. A arquitetura de núcleo e a velocidade do clock são otimizadas para a bateria. Considere que a bateria do iPhone 5, de 1440 mAh, dura mais ou menos a mesma coisa que a de 2.300 mAh do HTC One.

Apple é uma early-adopter

Então como a Apple consegue desempenho tão melhor do que os outros? Com o A6 do iPhone 5, a Apple se voltou para processadores personalizados com núcleos personalizados baseados em designs ARM para melhorar os resultados. Com o A7, ela segue essa tendência ao adotar novas tecnologias na indústria.

Então vamos nos voltar para uma spec que a Apple comentou bastante na apresentação: a nova CPU 64-bit, que substitui a antecessora de 32-bit. Essa é a chave, mas não da forma como você está pensando. Como Anand explicou, a transição para 64-bit não vai fazer muita diferença até que a Apple comece a criar smartphones com mais de 4GB de RAM, o que, considerando o mercado atual, deve demorar alguns anos para acontecer.

O motivo dos 64-bit escolhidos pela Apple importarem agora é que ela exige que a Apple adote uma nova arquitetura de processador de base. A CPU A7 deixa de lado a base de 20 anos do ARMv7 e usa um design ARMv8, lançado em 2011 e que representa um novo sistema. Como John Gruber destacou, 20 anos na história da computação é uma eternidade. Ele aponta uma passagem do white paper descrevendo o ARMv8:

Claro, por motivos de compatibilidade, ainda suportamos todas as máquinas ARMv7 na nova arquitetura ARMv8, mas quando rodamos software 64-bit, essa parte não será usada, e essa área não precisa ser ativada quando rodar em 64-bit, diferentemente de outras arquiteturas onde a extensão 64-bit foi apenas adicionada à complexidade e legado histórico do modo 32-bit. O novo ARMv8 usa anos de experiência de construção de diferentes melhorias em microarquiteturas, então foi definido que esses novos processadores podem ser mais facilmente otimizados para operação de baixa energia – uma oportunidade não oferecida desde o primeiro ARMv4 que resultou nos agora lendários processadores ARM7.

De acordo com as fontes frequentemente confiáveis de Gruber, mudar para o ARMv8 significa uma melhoria de 15 a 20% em desempenho e ao mesmo tempo mais tempo de bateria.

A Apple é a primeira a implementar o ARMv8, e faz total sentido que a nova tecnologia produza resultados melhores do que as antigas. Mas isso você não encontra em tabelas de especificações técnicas. Sem entrar em mais detalhes, você não deveria se surpreender ao descobrir que a nova GPU tem esse desempenho graças a uma GPU que ninguém tinha usado antes.

Algumas vezes as pessoas acusam a Apple de estagnação, mas o progresso da empresa por baixo dos panos mostra que isso não é verdade. Apesar de todas as especificações técnicas enormes divulgadas pela concorrência, a Apple está um ano à frente na única métrica que realmente importa: quão bom é o desempenho do smartphone.

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