Como foi mexer no Moto Razr, que chega às lojas brasileiras em janeiro de 2020
Ele está de volta: o saudoso V3, que na gringa levava o nome de Razr, foi relançado com um dos projetos mais interessantes para smartphones dobráveis até agora. Em vez de ter uma telona de tablet que dobra e se transforma num celular pouco útil, a Motorola optou por um formato de celular tradicional, que dobra e fica parecido com aparelhos flip das antigas.
O Motorola Razr, que nos EUA será comercializado por US$ 1.500, chegará ao Brasil em janeiro, ainda sem previsão de preço.
O smartphone tem tela de 6,2 polegadas ultralarga com resolução de 2142 x 876 pixels. E é ultralarga mesmo, a proporção é 21:9 – a mesma utilizada em telas de cinema. Para quem está se acostumando com o 18:9 que passou a ser adotado nos celulares quase sem bordas, é meio doido ver um aparelho tão comprido. O Razr tem um entalhe bem discreto.
Olha aí o entalhe. Crédito: Alessandro Feitosa Jr/Gizmodo Brasil
Não é a única tela do Razr. Há uma telinha touch de 2,7 polegadas com resolução de 800 x 600 pixels que é utilizada quando ele está fechado. Serve para ver as horas, trocar a música, checar as notificações, responder mensagens e e-mails usando o modo ditado e usar o Google Assistente. Ah, é uma boa também para tirar selfies, já que dá para tirar proveito da câmera traseira de 16 megapixels (a câmera interna tem só 5 megapixels).
Olha a selfie aí. Crédito: Alessandro Feitosa Jr/Gizmodo Brasil
Alguns aplicativos, como e-mail, tem a chamada transição inteligente, que ao abrir a tela já abre no app que você estava vendo na telinha.
O Motorola Razr é tão nostálgico que me lembrou de quando os computadores tinham monitores de CRT de 15 polegadas com resolução 800 x 600. Hoje isso está numa telinha. Doideira.
O aparelho tem um mecanismo diferente de outros smartphones dobráveis como o Samsung Galaxy Fold ou o Huawei Mate X. A dobradiça da Motorola não deixa espaço entre as duas metades da tela que, segundo a marca, evita os vincos dos visores desse tipo. É uma engenharia difícil de explicar, mas é como se a tela deslizasse e se acumulasse dentro desse espaço.
Crédito: Alessandro Feitosa Jr/Gizmodo Brasil
Inclusive, o projeto foi iniciado por brasileiros que pesquisaram o melhor formato e depois contou com participação de várias regiões da companhia. Engenheiros da Lenovo com ampla experiência em dobradiças — graças à linha Yoga de notebooks — também contribuíram para a materialização do dispositivo.
Esse design permitiu que o celular não ficasse tão grosso, mesmo quando dobrado. Ah, ele também não é um tijolão, pesando apenas 205 gramas. É uma opção interessante, principalmente porque parece ser muito mais prático do que um tablet dobrável, como boa parte dos concorrentes.
O “queixo do aparelho” abriga um leitor de impressões digitais bem discreto. É ali que estão também as antenas e o alto-falante do smartphone.
Crédito: Alessandro Feitosa Jr/Gizmodo Brasil
Voltando à nostalgia, o software do smartphone tem uma surpresa: um modo que imita a interface de usuário do Motorola V3, com teclado alfanumérico, navegação com as setas, menus das antigas e tudo mais.
Novo Moto Razr no modo retrô ao lado de um aparelho antigo. Lembra ou não? Crédito: Alessandro Feitosa Jr./Gizmodo Brasil
Brincadeiras à parte, ele roda o Android 9 Pie com aquela camada de personalização bem leve da marca, sem abusar das funcionalidades e aplicativos extras inúteis. Características como chacoalhar para acender a lanterna e girar para ativar a câmera marcam presença.
Apesar do visual e projeto luxuoso, as partes internas do Razr não impressionam tanto – pelo menos em dois dos números. O processador é um Snapdragon 710, que é capaz de entregar um bom desempenho, mas não é o topo de linha da Qualcomm. Essa opção, inclusive, está relacionada a outra especificação decepcionante: a bateria de 2.510 mAh. A Motorola optou por um chipset menos “gastão”. Os 6 GB de RAM e 128 GB de armazenamento fecham os números.
Mexer no Razr atual se parece muito com a experiência de usar um smartphone comum. O fator nostalgia é o grande destaque, além do formato compacto que deve agradar quem não aguenta mais ficar com um trambolho no bolso.
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É impossível saber se o Motorola Razr repetirá o sucesso do V3, que à época foi um dos celulares mais vendidos do mundo. Pela rápida experiência que tive usando o aparelho, dá para dizer que é divertido mexer nele. Se vale a pena ou não, só saberemos em janeiro de 2020.