Ciência

Histórico de Covid-19 duplica risco de ataque cardíaco e derrame

Se a pessoa foi hospitalizada, o cenário é ainda pior, quadruplicando o risco de ataques cardíacos.
Imagem: Engin Akyurt/Unsplash/Reprodução

A infecção de Covid-19 pode duplicar o risco de ataques cardíacos e derrames cerebrais por, pelo menos, três anos após a doença, segundo um novo estudo.

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Com grande abrangência, o estudo publicado na quarta-feira (9) usou registros médicos de mais de 200 mil pessoas de um banco de dados do Reino Unido. 

No dataset, os pesquisadores identificaram mais de 11 mil pessoas que testaram positivo para Covid-19 durante a primeira onda da pandemia. Desses 11 mil, três mil foram hospitalizados. O estudo comparou esses registros com outros 222 mil do mesmo banco de dados que não tiveram histórico de Covid-19 também na primeira onda.

Risco de ataques cardíacos é ainda maior em quem foi hospitalizado por Covid-19

Segundo o estudo, quem teve Covid em 2020, ou seja, antes das vacinas, tem o dobro de risco de sofrer ataques cardíacos e derrames cerebrais durante os três primeiros anos após o contágio.

Se a pessoa foi parar no hospital, o cenário é ainda pior, quadruplicando o risco de ataques cardíacos ou derrames em comparação àqueles que não tiveram histórico de Covid-19.

Além disso, pessoas hospitalizadas durante a primeira onda também pode contrair diabetes e outras doenças arteriais.

O estudo ressalta que o risco elevado de ataques cardíacos pelo histórico de Covid não diminui com o tempo. “Não há sinais de redução desse risco”, de acordo com o autor do estudo, Stanley Hazen, da Universidade do Sul da Califórnia, nos EUA.

Os cientistas envolvidos no estudo disseram não saber o que há por trás de tais efeitos colaterais tão duradouros da Covid-19 no sistema cardiovascular.

Algumas variantes genéticas já são conhecidas pela ligação entre o histórico de Covid-19 e ataques cardíacos. Desse modo, os pesquisadores realizaram análises genéticas para descobrir se essas variantes eram responsáveis pelo risco pós-infecção.

No entanto, os resultados não apresentaram nenhuma relação entre tais variantes e o aumento do risco de doenças cardiovasculares. Em vez disso, o estudo revelou uma associação entre o risco elevado e o tipo sanguíneo da pessoa.

Aliás, estudos anteriores já mostraram que pessoas com tipos sanguíneos A, B ou AB são mais propensas a contrair Covid-19. No novo estudo, os cientistas encontraram uma associação de maior risco de ataques cardíacos em pessoas com esses tipos sanguíneos com histórico de Covid-19.

Pablo Nogueira

Pablo Nogueira

Jornalista e mineiro. Já escreveu sobre tecnologia, games e ciência no site Hardware.com.br e outros sites especializados, mas gosta mesmo de falar sobre os Beatles.

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