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Hospital da Nova Zelândia dá alta a último paciente internado com COVID-19

Autoridades de saúde da Nova Zelândia anunciaram que o último paciente hospitalizado com o novo coronavírus teve alta. Essa boa notícia é mais uma prova que a estratégia agressiva de isolamento para tentar eliminar a doença dentro de suas fronteiras foi bastante efetiva.

Jacinda Ardern, primeira-ministra da Nova Zelândia.

Jacinda Ardern, primeira-ministra da Nova Zelândia. Crédito: Getty

A Nova Zelândia continua a ser um dos poucos países com histórias bem-sucedidas em relação à pandemia de COVID-19. Nesta quarta-feira (27), autoridades de saúde do país anunciaram que o último paciente hospitalizado com o novo coronavírus teve alta. Essa boa notícia é mais uma prova que a estratégia agressiva de isolamento para tentar eliminar a doença dentro de suas fronteiras foi bastante efetiva.

Segundo o Ministério da Saúde da Nova Zelândia, o paciente recebeu alta de um hospital local em Auckland na quarta-feira. O país agora tem apenas 21 casos ativos de COVID-19, mas nenhum hospitalizado. Além disso, não há registros de novos casos nos últimos cinco dias. Durante toda a pandemia, o país relatou cerca de 1.500 casos, além de 21 mortes.

Embora a Nova Zelândia possa ter tido vantagens naturais para conter o coronavírus – principalmente por ser uma pequena nação insular com menos de 5 milhões de habitantes – o histórico do país até agora tem sido impressionante, mesmo quando comparado a países de tamanho semelhante (a Dinamarca, com 5 milhões de residentes, relatou mais de 11 mil casos e 500 mortes, por exemplo).

É provável que o sucesso da Nova Zelândia esteja ligado a decisões no início da pandemia. No final de março, quando o país tinha menos de 1.000 casos confirmados de COVID-19, os líderes anunciaram que o país iria realizar um dos lockdowns mais rigorosos do mundo, num esforço para deter toda a transmissão local do vírus.

Foi dito aos residentes que evitassem sair de casa, a menos que fosse absolutamente necessário. As viagens foram severamente restringidas e a maioria das empresas também foram fechadas. Ao mesmo tempo, o país intensificou seus testes e vigilância para encontrar o casos, com o objetivo de tentar isolar e conter qualquer surto de doença.

Muitos outros países, incluindo os Estados Unidos e Brasil, optaram por uma estratégia de conter a doença, tentando achatar a curva de novos casos diários. No entanto, a falta de testes para detectar os casos no início, o bloqueio implantado de forma inconsistente e questões relacionadas à desigualdade social fizeram com que os surtos se espalhassem ainda mais. Atualmente, os dois países lideram o número de casos de COVID-19.

Enquanto a maioria dos países estão começando a suspender os lockdowns, a falta de casos na Nova Zelândia permitiu que se abrissem com menos restrições.

Como disse a primeira-ministra Jacinda Ardern, porém, a pandemia está longe de ter acabado. Novos casos ainda se infiltraram ocasionalmente no país vindos de de outros lugares, o que pode se tornar mais comum à medida que o país começa a se preparar para suspender as restrições de viagem.

Isso significa que a Nova Zelândia terá que continuar monitorando as pessoas que entram no país e suas comunidades em geral num futuro próximo (atualmente, a maioria dos viajantes deve ficar isolado por pelo menos 14 dias). Os efeitos econômicos da pandemia também levarão tempo para se recuperar. Porém, a Nova Zelândia está em boa forma para resistir à pandemia a partir de agora.

“Não há uma transmissão comunitária generalizada e não detectada na Nova Zelândia. Nós ganhamos essa batalha”, disse Ardern no final de abril. “Mas devemos permanecer vigilantes se quisermos mantê-la assim.”

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